Veja aqui os highlights da decisão do Copom:
- Copom manteve Selic inalterada em 6,5% conforme esperado e manteve linguagem de que próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade, balanço de riscos e inflação
- BC diz pela primeira vez que o estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário para inflação ou balanço de riscos piore
- Economistas interpretam a passagem sobre redução de estímulo como ligeiramente hawkish
- Expectativa de inflação para 2019 no cenário Focus subiu levemente de 3,8% para 4%
- ING e Goldman Sachs dizem que decisão foi a mais apropriada, diante da eleição em outubro
Ajustes levemente hawkish, realmente um Copom aberto a aumentos da Selic, mas dependente de uma piora no cenário prospectivo de inflação, o que aconteceria por exemplo se eleição resulta mais incerteza para cenário de ajuste fiscal.
Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina do ING Financial Markets
Apesar cenário de referência do IPCA para 2019 estar acima do centro da meta (4,50% vs 4,25%), o BC seguiu dizendo que não há relação mecânica entre os choques primários e a política monetária. Deu a entender que o estímulo só começará a ser removido se o cenário piorar. O câmbio atual não é suficiente para alta de juros na próxima reunião. Foi um comunicado dovish, pois não deu nenhum sinal de alta de juros iminente.
Guilherme Foureaux, sócio-gestor da MRJ Marejo Investimentos
Dada a inflação baixa e as enormes incertezas em relação à perspectiva fiscal, que é o ingrediente mais crucial na avaliação da trajetória da política monetária do próximo ano, o Banco Central decidiu que a resposta apropriada seria aguardar até as eleições, quando melhor avaliação das perspectivas políticas e fiscais será possível.
Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina do ING
“O destaque foi a indicação mais clara que pode subir juros se o balanço de riscos piorar. Nesse caso, eleição será fundamental.
Mas suavizou falando que a redução de estímulo seria, a princípio, gradual — provavelmente querendo tirar das expectativas altas de juros muito fortes.”
Isabela Guarino, economista da XP
BC abriu janela para, caso algo aconteça, começar a subir juros. É possível que juros curtos comecem a engordar um pouquinho.
Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas
Mercado deve entender a nota hawkish do Copom como alerta sobre possível eleição de um presidente que não faça reformas fiscais.
Josué Leonel, BFW FX Editor
Clientes da Bloomberg conseguem acessar a cobertura completa em tempo real do Copom através da função TLIV.