Os highlights da decisão do Copom: 31 de outubro

Esses são os highlights da decisão do Copom de hoje:

  • Copom manteve a taxa Selic em 6,5% em decisão unânime, como amplamente esperado, e mudou pouco o comunicado
  • BC mantém linguagem sobre importância da continuidade das reformas e sobre a retirada gradual dos estímulos caso o cenário para a inflação ou balanço de riscos piore
  • O comitê disse, no entanto, que o grau de assimetria do balanço de riscos diminuiu desde a reunião de setembro, quando via esses riscos se elevando
  • Copom inclui projeção para inflação em 2020, que é de 3,7% no cenário com juros e câmbio do Focus
  • Projeção para inflação em 2018, neste mesmo cenário, subiu de 4,1% para 4,4% e para 2019 aumentou de 4,0% para 4,2%
  • Goldman Sachs, Mizuho dizem que decisão veio em linha com o esperado; Isabela Guarino, da XP, diz que o mercado deve continuar precificando um período de juros estáveis
  • Decisão amplamente esperada deve ter pouco efeito nos mercados nesta quinta-feira
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Para onde o câmbio poderia ir caso a reforma da Previdência seja encaminhada ainda em 2018?

Um dado que ajuda nessa resposta é verificar quais as principais barreiras verificadas no mercado de opções offshore.

Analisando as principais operações de put de usdbrl em aberto na DTCC vemos que os principais strikes das operações em aberto maiores do que USD 20mm são 3,66; 3,60 e a maior 3,51. Ou seja, esses são níveis da taxa de câmbio com maior resistência, que caso sejam rompidos, podem levar a moeda brasileira a patamares mais baixos.

O Copom voltou a sinalizar que remoção de estímulo, quando começar, será com gradualismo. O sinal deve manter reação branda para os DIs, que viram movimentações agressivas recentemente como tombo de 50 pontos do jan/21 no dia 8/outubro, o pregão pós primeiro turno da eleição.

O BC fez o certo em adotar tom de neutralidade. Apesar do otimismo do mercado com o governo Bolsonaro, a aprovação das reformas está longe de ser uma certeza e o quadro externo que se avizinha é bastante desafiador.

“Não vemos a política monetária, neste momento, como fator preponderante para a dinâmica do mercado cambial. Por outro lado, no mercado de juros, deve haver redução no diferencial de taxas estimadas para curto prazo e longo prazo (bull flatenning de leve), embora grande parte do movimento já tenha acontecido nas últimas semanas – por conta da depreciação do dólar.”
Jankiel Santos e Flavio Serrano, economistas do Haitong

“A minha leitura é de um comunicado tranquilo com o patamar atual de juros, que devem permanecer aonde estão por bastante tempo. As projeções de inflação para 2019 e 2020 estão extremamente confortáveis, ajudando nesta previsão. Identificou a melhora do cenário, ao indicar que o grau de assimetria reduziu desde a última reunião, porém continua indicando que o balanço de riscos segue assimétrico para uma alta. Ou seja, o próximo movimento, na visão do Banco Central parece ser de alta, mas não deve ocorrer tão cedo. Mercado deve ter pouca oscilação, dado que havia muito pouco precificado nos DIs curtos, e o comunicado foi de certa forma em linha.”
David Cohen, sócio-gestor da Paineiras Investimentos

2020 começa a entrar na conta do Banco Central por conta da defasagem da política monetária. Vale lembrar que que o CMN colocou metas decrescentes a partir do ano que vem até 2021. A expectativa é que o próximo governo continue este processo de redução das metas futuras até que convirja para padrões internacionais (3% em mercados emergentes).
Adriana Dupita, economista da Bloomberg Economics

“Principal mudança de tom se refere à assimetria no balanço de riscos, que diminuiu. Vejo pouco impacto na curva de juros ou câmbio. O tom conseguiu ser o mais neutro possível para o mercado. Sinalização para frente é de acompanhar os fatores de risco para a inflação. Muito difícil vermos mudança no patamar da Selic na última reunião do ano”
Mariana Guarino, gestora de portfólio da TRUXT

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