Os melhores (e piores) regimes de previdência do mundo

Por Matthew Burgess.

A Holanda e a Dinamarca têm os melhores sistemas de pensão no mundo, de acordo com um estudo global que discute como os países estão se preparando para o envelhecimento da população.

Essas duas nações ocupam o topo do ranking do Índice Global de Previdência Melbourne Mercer, publicado nesta segunda-feira, tirando nota A para o nível de segurança financeira proporcionado para a aposentadoria. A Austrália ficou em terceiro lugar, com nota B +. Finlândia, Suécia, Noruega, Cingapura, Nova Zelândia, Canadá e Chile tiraram B e completaram a lista dos 10 melhores.

O levantamento com 37 países, onde vivem quase dois terços da população mundial, empregou 40 métricas para avaliar se um sistema gera resultados financeiros melhores para os aposentados, se é sustentável e se goza da confiança da comunidade.

A Holanda voltou para o primeiro lugar em 2019, com mais trabalhadores favorecidos por planos de benefícios definidos, com base no salário médio ao longo da vida. O Reino Unido e os EUA tiveram nota C+, chegando em 14º e 16º lugar, respectivamente. Ambos poderiam aumentar a nota se elevassem a aposentadoria mínima para pessoas de baixa renda, de acordo com o relatório.

O Japão ficou em 31º lugar, com uma nota D que revela “grandes fraquezas e/ou omissões que precisam ser endereçadas”. Uma das principais recomendações do estudo é subir a idade para aposentadoria pelo setor púbico, à medida que a expectativa de vida continua aumentando. A Tailândia ficou em último lugar e deveria introduzir uma poupança obrigatória mínima para aposentadoria e ampliar a ajuda aos mais pobres, segundo o relatório.

O estudo foi realizado em um momento em que autoridades se deparam com um número maior de pessoas chegando à idade de se aposentar, vivendo mais tempo e precisando de um fluxo constante de renda para se manter. Dados da Organização das Nações Unidas mostram que quase um quinto da população mundial estará em idade de aposentadoria em 2070, comparado a uma parcela de aproximadamente 9% este ano.

“Os sistemas ao redor do mundo estão enfrentando expectativas de vida sem precedentes e crescente pressão sobre os recursos públicos para apoiar a saúde e o bem-estar dos cidadãos mais velhos”, afirmou David Knox, autor do relatório e sócio sênior da Mercer.

“É imperativo que autoridades pensem sobre os pontos fortes e fracos de seus sistemas para garantir resultados mais robustos no longo prazo para os pensionistas do futuro.”

Em muitos países asiáticos, os regimes de aposentadoria melhoraram desde o ano passado, porém o relatório constatou falta de transparência e o fato de os trabalhadores não estarem economizando o suficiente para a aposentadoria em comparação com o resto das nações estudadas.

O levantamento também discutiu o chamado efeito riqueza — a tendência das pessoas a gastar mais quando seu patrimônio cresce. A Mercer concluiu que, à medida que seus ativos previdenciários aumentam, as pessoas se sentem mais ricas e propensas a contrair empréstimos.

“Não é algo ruim”, escreveu Knox no relatório. “A garantia de renda futura a partir de ativos existentes em fundo de pensão permite que as famílias melhorem seus padrões de vida no presente e no futuro.”

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