Por George Lei.
Os fãs do peso mexicano são tantos que talvez seja hora de pensarem em alternativas.
Diante do fortalecimento da economia e de preocupações menores com a possibilidade de a Casa Branca de Donald Trump reescrever as leis comerciais, o peso entregou o melhor retorno do mundo neste ano. Porém, há uma tríade de ameaças: uma redução antecipada do balanço patrimonial do banco central dos EUA (Federal Reserve), o excesso de posições iguais e obstáculos técnicos.
A maior ameaça é uma política monetária mais agressiva nos EUA. Se o Fed sinalizar a possibilidade de reduzir o balanço ou elevar os juros antes do esperado pelo mercado, o dólar e os rendimentos dos títulos americanos podem avançar e tirar recursos do México.
* A taxa de câmbio ultrapassou o importante patamar de 18 pesos por dólar em 14 de junho, mas reverteu rapidamente o movimento e acompanhou o rendimento do título do Tesouro americano com prazo de dois anos após os comentários da presidente do Fed, Janet Yellen, sugerindo uma postura mais dura.
* Os contratos futuros baseados na taxa básica de juros dos EUA implicam somente 16 por cento de chance de elevação em setembro. Se a chance aumentar, o peso pode se enfraquecer.
* A curva de swaps do México está excluindo a chance de acréscimos adicionais na taxa básica de juros do país no segundo semestre, portanto é improvável que o banco central local contrabalance os movimentos do Fed.
Analistas abraçaram a ideia de um peso mais forte e investidores apostaram pesado. Isso significa reversão mais rápida diante de qualquer sinal de aumento dos riscos, à medida que os que estavam otimistas procuram uma rota de fuga ao mesmo tempo.
* O total de posições compradas em pesos é o maior em mais de quatro anos, com 95.931 contratos vigentes na semana encerrada em 13 de junho.
* Quase todos os analistas de bancos melhoraram suas previsões para o peso nas últimas semanas, afirmando que a moeda está barata e citando o carregamento elevado proporcionado pelo diferencial de juros. Um estudo de sazonalidade sugere que o peso pode logo se deparar com um período de fraqueza. Os movimentos da taxa de câmbio são menores em junho e julho e as quedas são mais frequentes em agosto.
* A taxa de câmbio parece ter encontrado suporte técnico de curto prazo perto de 17,90 pesos por dólar, que também foi a mínima alcançada em agosto de 2016 e na semana passada.
* É bom ficar de olho nos seguintes níveis de resistência: média móvel de 50 dias próxima de 18,5879 e média móvel de 100 dias em 19,0525.
OBSERVAÇÃO: George Lei é um estrategista de câmbio que escreve para a Bloomberg. Essas observações são dele e não devem ser interpretadas como recomendação de investimento.
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