Por Masumi Suga.
A Komatsu, a segunda maior fabricante mundial de equipamentos de construção e mineração, planeja reduzir sua exposição ao setor de carvão, cedendo à pressão de investidores para que o setor ajude no combate às mudanças climáticas.
A empresa vai buscar mais negócios de mineradoras de metais como níquel e cobre, que observam uma demanda crescente do setor automobilístico, atualmente em uma corrida para aumentar a fabricação de veículos elétricos, disse o CEO da Komatsu, Hiroyuki Ogawa, em entrevista na sede da empresa em Tóquio. O carvão responde por até 49% das vendas em sua unidade de equipamentos de mineração, de acordo com a Komatsu.
“Devemos depender menos no carvão, já que um risco se aproxima”, disse na semana passada o novo presidente, de 58 anos. Como parte da estratégia para ganhar mais contratos de metais básicos, a empresa vai desenvolver máquinas subterrâneas para atender à demanda de clientes que desejam equipamentos mais limpos e seguros, tais como híbridos e veículos elétricos, disse.
O novo rumo planejado pela Komtasu coincide com a decisão de grandes empresas de recursos naturais de reduzir os ativos de carvão. Muitos investidores estão evitando investir em empresas de combustíveis fósseis por causa das preocupações com a mudança climática. Em fevereiro, a Glencoreprometeu limitar a produção de carvão e alinhar os negócios com as metas climáticas do Acordo de Paris. A Rio Tinto, uma importante cliente da Komatsu, tornou-se a primeira grande mineradora a deixar o setor de carvão no ano passado.
Já a Komatsu não abandonará completamente o carvão. Ogawa disse que o volume de produção de carvão tem se mantido estável há muitos anos e que a empresa continuará oferecendo equipamentos usados para a mineração do combustível, ainda uma fonte importante de energia de países emergentes.