Por Samy Adghirni e Simone Iglesias.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passou a terça-feira cumprimentando colegas com tapinhas nas costas e beijos no rosto, desfilando ao celular pelo Salão Verde, se mostrando disponível no plenário e no cafezinho da Câmara. Não é por acaso, dizem os deputados mais experientes.
Maia se articula como pré-candidato à sucessão presidencial numa eventual eleição indireta, diz Miro Teixeira, deputado mais longevo da Casa, completando que acha “difícil” que uma eleição indireta se viabilize no país.
“Rodrigo está em campanha aberta e ostensiva”, diz Júlio Delgado, três vezes candidato à presidência da Casa. “Ele passou o dia ao telefone, conversando com deputados no plenário, deixando votações importantes na mão do coitado do Fufuca”. Dep. André Fufuca, do PP/MA, está no 1º mandato e ocupa o cargo de segundo-vice presidente da Câmara.
A estratégia de Maia é mostrar, de um lado, apoio à agenda econômica de Temer e, do outro, acenar para deputados cujo apoio ele perdeu após postura dos últimos meses, diz Delgado.
Para Miro, é mais provável que Temer siga como um presidente “pato manco” até 2018, deixando o comando do país à equipe econômica. Segundo ele, a ministra Carmen Lúcia, apesar de ter “um perfil formidável”, não tem a menor chance de se eleger num colégio eleitoral onde parte dos eleitores estão sendo investigados pela Justiça.
Procurado, Maia disse à Bloomberg que está presidindo a Câmara dos Deputados e que o Brasil tem um presidente, cujo mandato termina em dezembro de 2018.
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