Para GAM, alta de títulos no Brasil não acaba após ganho de 66%

Por Ben Bartenstein.

Para Paul McNamara, da GAM UK, após a melhora da situação política e econômica do Brasil há mais ganhos pela frente com os títulos do país, mesmo depois de subirem 66 por cento neste ano.

Ele mantém posição overweight para notas denominadas em reais em seu Julius Baer Local Emerging Bond Fund no momento em que o governo se aproxima da aprovação da PEC que limita o aumento do gasto público e o aumento das exportações ajuda a reduzir o déficit em conta corrente. O fundo de US$ 6 bilhões deu retorno de 17 por cento neste ano, superando 59 por cento de seus pares.

Após caírem em 2015, os títulos locais do Brasil registraram o maior aumento dos mercados emergentes neste ano com o otimismo de que o presidente Michel Temer irá aprovar reformas fiscais bastante necessárias no Congresso, após anos de disputas políticas, e tirar a economia da recessão. Na semana passada, ele garantiu sua vitória mais importante desde que assumiu a presidência, quando a Câmara apoiou de forma esmagadora em primeiro turno uma proposta de emenda constitucional que limitará o crescimento dos gastos públicos. Temer substituiu Dilma Rousseff, que neste ano foi suspensa e posteriormente sofreu impeachment, no fim de agosto.

“O plano de limite de gastos foi aprovado, a política melhorou e o balanço de pagamentos parece ótimo”, disse McNamara, que opera em Londres e administra US$ 6,5 bilhões em ativos. “O Brasil é uma história em ascensão.”

A conta corrente do País, indicador mais amplo do comércio de bens e serviços, vem se recuperando desde o fim de 2014 após a forte depreciação cambial que estimulou as exportações e a profunda recessão que limitou as importações. Em agosto, o déficit encolheu mais do que o estimado pelos economistas, para US$ 579 milhões, contra US$ 4,1 bilhões em julho. Esse foi o melhor desempenho do mês desde 2007, segundo o Banco Central.

E embora a valorização do real e a incipiente recuperação econômica possam desacelerar a melhora da conta corrente, os preços das exportações do país, como minério de ferro e soja, se mantiveram estáveis neste ano, impulsionando o comércio exterior.

O superávit comercial do Brasil no ano até agora subiu para US$ 36,2 bilhões, o mais elevado desde que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços começou a publicar os dados, em 1992.

“Gostamos de países que aprenderam a lidar com os preços das commodities e o Brasil se destaca”, disse McNamara.

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