Para melhor analista do yuan, queda da moeda está perto do fim

Por Justina Lee.

Após o pior trimestre de sua história, o yuan pode finalmente estar a caminho de um descanso.

O Banco Popular da China freará a depreciação para evitar desencadear a volatilidade global e intensificar as saídas de capitais, segundo o Svenska Handelsbanken, melhor analista da moeda. O argumento do fim da fraqueza do yuan é respaldado por sua entrada iminente na cesta de reservas do Fundo Monetário Internacional, em outubro, e também pelo Federal Reserve ‘dovish’, que está provocando declínios do dólar, diz o JPMorgan Asset Management.

O yuan registrou o maior declínio da Ásia neste ano com a especulação de que o banco central estava guiando a depreciação em relação ao dólar e a um indicador ponderado pelo comércio com o objetivo de impulsionar as exportações e reanimar a expansão econômica. A maré pode finalmente estar virando, porque dados como o produto interno bruto e as vendas do varejo geram o otimismo de que o crescimento ficará estável e de que a autoridade monetária evitará uma flexibilização agressiva.

“Eles vão tomar fôlego agora e comemorar o fato de terem conseguido depreciar o yuan sem criar muito barulho e sem provocar muitas saídas de capital”, disse Bjarke Roed-Frederiksen, economista em Copenhague do Handelsbanken, analista mais preciso do yuan entre os monitorados pela Bloomberg nos últimos quatro trimestres.

Já existem sinais de que a fragilidade está diminuindo. Durante um curto período da semana passada, o yuan eliminou os prejuízos em relação ao dólar, interrompendo uma sequência de cinco semanas de perdas antes do ressurgimento posterior do dólar. Uma réplica feita pela Bloomberg do CFETS RMB Index, formado por 13 moedas, avançou pela primeira vez desde maio no período de cinco dias até 15 de julho. A sequência de prejuízos da moeda, desta vez, não provocou o pânico visto no mercado em agosto e janeiro, quando a fragilidade do yuan sacudiu os mercados globais e gerou apostas especulativas contra a taxa de câmbio.

Isso porque o banco central da China melhorou sua comunicação com os mercados, foi claro sobre como estabelece sua taxa de referência diária e adotou medidas para evitar uma espiral negativa de depreciação e fugas de capitais. O banco central provavelmente também entende que já forçou demais os limites por enquanto, segundo Roed-Frederiksen.

“Acho que eles perceberam que provavelmente não deveriam ir além desse ponto no momento”, disse ele, acrescentando que o banco central chinês poderá optar por uma leve depreciação novamente no quarto trimestre para encerrar o ano a 6,8 por dólar. “Eles estão satisfeitos com o que conseguiram por enquanto e estão — ou pelo menos deveriam estar — preocupados com a possibilidade do foco de investidores globais retornar e também que investidores domésticos comecem a se preocupar novamente com a depreciação e, assim, aumentem as fugas de capitais”.

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