Por Eric Martin.
Pesquisas? Quem precisa delas?
Se você quiser saber como Donald Trump está se saindo, é só dar uma olhada no peso mexicano.
Nos últimos quatro meses a moeda do México caiu quando as perspectivas eleitorais de Trump melhoraram e subiu quando as chances dele ganhar a eleição diminuíram. O peso caiu para a cotação mais baixa em dois meses e meio na segunda-feira depois que Hillary Clinton, sua rival do Partido Democrata, cancelou uma viagem de dois dias à Califórnia porque está com pneumonia.
A campanha presidencial tem mantido Juan Carlos Alderete ocupado. O diretor de estratégia cambial do Grupo Financiero Banorte, na Cidade do México, de 32 anos, disse que as ligações telefônicas de clientes como fundos mútuos e de pensão aumentaram 50 por cento em julho, quando o desempenho de Trump melhorou em modelos de previsão como FiveThirtyEight, durante as convenções republicana e democrata. Alderete ficou viciado em política dos EUA e segue de perto os movimentos diários e os discursos de ambos os candidatos — particularmente daquele que promete modificar ou acabar com o Nafta e fazer com que o México pague a construção de um muro de US$ 10 bilhões na fronteira entre os dois países.
“Não há muito apetite para adotar posições compradas no peso por causa do risco de vitória de Trump”, disse Alderete, que desenvolve planos de jogo para uma equipe de traders de câmbio e de opções no maior banco de capital aberto do México. “Entre os distintos fatores de risco que afetam todos os mercados esse é o que traria as maiores consequências, especificamente para o México”.
Particularmente vulnerável
O temor de que Trump cumpra suas promessas em relação ao México se for eleito contribuiu para o peso enfraquecer 10 por cento neste ano, pior desempenho entre principais moedas, com exceção da libra esterlina. O peso foi o maior perdedor da semana passada, com uma queda de 1,7 por cento, e depois caiu para o valor mais baixo desde junho quando o comitê de Hillary, a candidata democrata à presidência, anunciou que ela está doente.
O México é, possivelmente, a principal economia mundial mais dependente dos EUA. O comércio entre ambos os países quintuplicou para mais de US$ 500 bilhões em bens anualmente desde que o Nafta entrou em vigência em 1994, tornando o México o maior parceiro comercial dos EUA depois da China e do Canadá, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional. O México também fortaleceu seus vínculos comerciais com outros países e tem um acordo de livre comércio com a União Europeia, mas mesmo assim o país enviou 73 por cento de suas exportações aos EUA em 2015, contra 79 por cento no ano anterior ao da implementação do Nafta.
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