Por Vivianne Rodrigues e Sabrina Valle.
O executivo responsável pela retomada da Petrobras está aberto a permanecer no posto após a eleição presidencial, contanto que mantenha o respaldo para tocar a agenda da empresa com independência em relação ao próximo governo.
Pedro Parente tem ganhado respaldo do mercado pelos esforços para reduzir a maior dívida do setor apesar da queda de preços do petróleo, encerrar disputas judiciais de investidores dos EUA e expandir a frota de plataformas mesmo diante da fase de cortes de custos. A proximidade das eleições, em outubro, encurta o prazo de Parente para diminuir a alavancagem da empresa por meio da venda de ativos e para formar parcerias com grandes petrolíferas estrangeiras.
“Se eu tiver as mesmas condições que tenho agora, posso considerar,” permanecer no cargo, disse Parente em entrevista à Bloomberg TV, em Davos. “Minha condição é não haver interferência política.”
O mandato de Parente vai até março de 2019, mas o próximo governo pode usar sua participação majoritária na Petrobras para nomear um novo presidente para a estatal no início do ano que vem.
Segundo Parente, pesquisas de opinião mostram que a maioria dos brasileiros não apoia a privatização da Petrobras, ainda que o assunto tenha surgido durante a campanha eleitoral. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles — potencial candidato que também está em Davos nesta semana — defende uma privatização gradual.
“Agora não é a hora certa para discutir isso”, afirmou Parente. “É hora de focar no negócio.”
Nos últimos dois meses, Parente avançou o processo de venda de ativos com a abertura de capital da BR Distribuidora e a venda de uma participação no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, por US$ 2,9 bilhões. O executivo promete que a companhia vai atingir a meta de US$ 21 bilhões, embora ainda precise desinvestir mais de US$ 16 bilhões até o fim do ano.
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