Perda de assinantes preocupa redes de TV a cabo nos EUA

Por Gerry Smith.

Na reta final de 2016, importantes questões pairam sobre o setor de TV por assinatura dos Estados Unidos: e se Jeff Bewkes estiver certo? Uma das gigantes de mídia melhor posicionadas, a Time Warner de Bewkes tinha tudo: notícias e esportes para atrair espectadores ao vivo, uma firme base em novos serviços de TV online e a HBO, uma máquina lucrativa e aclamada pela crítica. No entanto, sua decisão de vender o grupo de mídia para a AT&T este ano por US$ 85,4 bilhões pode ser um ponto de inflexão.

Se o presidente da Time Warner não vê futuro para a controladora da CNN e TNT seguir como uma companhia independente, por que outros deveriam?

“Qualquer um deveria estar com muito medo das implicações disso”, disse Rich Greenfield, analista da BTIG Research LLC. “Isso é absolutamente um sinal de alarme para qualquer empresa de mídia de que o negócio está mudando.”

No ano que vem, outros programadores serão forçados a considerar a hipótese de fusão com competidores ou distribuidores como a AT&T, maior operadora de TV por assinatura dos EUA. Controladores de redes estão sob crescente pressão diante da perda de clientes para serviços online como Netflix.

Embora 98 milhões de lares nos EUA ainda tenham TV por assinatura, o setor perdeu cerca de 1 milhão de assinantes em 2016, e quase nenhum canal saiu ileso. Mesmo esportes populares como a NFL — a cola que ainda une os pacotes a cabo — perderam espectadores.

Proprietários de canais estão apostando em novas opções online como o DirecTV Now, Sling TV, da Dish Network Corp., e no serviço prestes a ser lançado pelo Hulu para tentar estancar a sangria. Com preços a partir de US$ 20 por mês, são uma alternativa de baixo custo à típica conta mensal de US$ 85 da TV a cabo.

Alternativa arriscada

Ainda assim, caminhar sozinho parece ser uma alternativa arriscada. Ninguém sabe se os chamados “pacotes magros” irão deslanchar. E nem todo canal pode ser incluído. Se serviços de TV mais enxutos se tornarem populares, redes menores podem perder espaço.

No início de dezembro, a AT&T cancelou o Esquire Network, uma joint venture entre a NBCUniversal e Hearst Corp., deixando 15 milhões de lares sem o canal.

Várias opções

Os programadores que optarem pela venda dispõem de várias opções. Podem juntar forças com um grande distribuidor, como fez a Time Warner com a AT&T, ou seguir o exemplo da 21st Century Fox Inc., de Rupert Murdoch, que planeja comprar o restante da Sky Plc, maior provedora de TV por assinatura do Reino Unido. Analistas vêm há muito tempo especulando que controladores de canais como AMC Networks Inc. ou Discovery Communications Inc. poderiam unir suas operações.

De qualquer forma, segundo analistas, operadores de TV a cabo precisam tentar alguma coisa, especialmente se são pequenos ou não oferecem esportes ou notícias, que são tipicamente assistidos ao vivo. “Ou você está ao vivo e é grande ou está morto”, disse Michael Nathanson, analista da MoffettNathanson LLC.

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