Peso mexicano deve ser menos atingido pela subida da taxa de juro do FED

Por George Lei.

As moedas da América Latina sofreram, no terceiro trimestre deste ano, com a queda no preço das commodities, com a China desvalorizando sua moeda e o momento em que os Estados Unidos vão começar a subir sua taxa de juro ainda não está claro.

No documento FOMC, divulgado em 19 de agosto, o Federal Reserve dos Estados Unidos não deu nenhuma indicação clara sobre o momento em que as taxas vão começar a subir. Para a América Latina, a política monetária doméstica, as relações comerciais e os acontecimentos políticos idiossincráticos podem pressionar as moedas individualmente até que a movimentação do Fed fique clara.

O peso mexicano depreciou-se menos que qualquer outra moeda latino-americana negociada ativamente desde o fim de julho, quando o Banco Central do México expandiu seu programa de leilões em dólar. O banco central do país deixou claro que uma nova sessão pode ser realizada a qualquer momento para aumentar as taxas de juro antes do encontro previsto para 21 de setembro, caso a volatilidade do peso continue.

Ainda que o peso mexicano continue caindo juntamente com outras moedas de mercados emergentes com a valorização do dólar dos EUA, a possibilidade de um aumento de juros preventivo pelos mexicanos é capaz de manter os vendedores especuladores sob controle.

O peso chileno enfrenta forte pressão de desvalorização e já caiu quase 3 por cento
neste mês, além de 7 por cento neste trimestre. A desvalorização da moeda feita pela China, o principal parceiro comercial do Chile, aumentou a preocupação sobre as perspectivas econômicas do Chile, especialmente depois que o principal item de exportação do país, o cobre, viu seu preço cair quase 12 por cento no terceiro trimestre.

O peso chileno agora está próximo de 700 para cada dólar. Uma quebra pode abrir caminho para um recorde de valor mínimo, já que o sentimento pessimista deve persistir. O atual recorde mínimo foi registrado em 760 pesos por dólar em outubro de 2002.

O real do Brasil é a moeda que teve o pior desempenho neste ano, sofrendo, de certa maneira, com as perspectivas de uma recessão longa e o risco de perder seu grau de investimento para as agências de crédito. Quanto mais o real poderá cair depende, em grande parte, do conflito político entre a presidente Dilma Rousseff e os líderes no Congresso, e se as demandas por seu impeachment vão se converter em uma crise política completa.

George Lei é um estrategista de FX que escreve para a Bloomberg. As opiniões que ele expressa no texto são pessoais.

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