Por Cristiane Lucchesi, Felipe Marques e Sabrina Valle.
A Petrobras pretende obter cerca de US$ 10 bilhões com a venda de refinarias à medida que avança com a simplificação de seus negócios para focar na produção de petróleo, disseram pessoas com conhecimento do assunto.
A estatal manteve o Citigroup como assessor no esforço de desinvestimento, que pode incluir vários compradores, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse em 11 de março que pretendia vender pelo menos metade da capacidade de refino da empresa e que o plano seria anunciado em três meses.
A Petrobras não respondeu aos pedidos de comentários sobre o valor dos possíveis negócios. Citigroup não quis comentar.
A estratégia representa uma tentativa de distanciamento dos anos de controle estatal sobre o refino no Brasil, com a Petrobras detendo 98% da capacidade de processamento de petróleo do país, mesmo depois de seu monopólio formal ter terminado há duas décadas. Castello Branco argumenta que tanto a empresa quanto o país se beneficiariam da concorrência no setor.
Abordagem agressiva
O executivo, que foi escolhido para administrar a gigante do petróleo depois que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em janeiro, defende uma abordagem mais agressiva de venda de ativos, com a Petrobras deixando de ter qualquer participação nas refinarias.
A equipe da gestão anterior pretendia vender participações em refinarias nas regiões Sul e Nordeste do país, mantendo unidades no mercado mais lucrativo do Sudeste, que inclui as áreas metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Não há mais restrições para vender qualquer uma das refinarias, disse Castello Branco.
A Cosan, usina de açúcar e combustíveis controlada pelo magnata brasileiro Rubens Ometto, vai olhar os ativos de refino da Petrobras quando forem colocados à venda, mas tem pouco interesse no momento, disse o CEO Marcos Lutz na terça-feira.
A Petrobras também está vendendo uma rede de gasoduto que deve atingir entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões, segundo pessoas diretamente envolvidas no processo. Até agora, o maior negócio da empresa foi um outro grupo de gasodutos vendido por US$ 5,2 bilhões.
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