Por Kevin Crowley e David Wethe.
As petroleiras estão ignorando a forte queda recente do barril e elaboram planos otimistas de investimento de capital para 2019.
A Hess elevou a meta em 38 por cento, para US$ 2,9 bilhões, citando projetos importantes na Guiana e nos campos de xisto dos EUA, enquanto a ConocoPhillips prometeu manter o mesmo nível de 2018, informaram as empresas, em comunicados separados, nesta segunda-feira. Na semana passada, a Chevron ampliou o orçamento de capital pela primeira vez desde 2014.
A estimativa é que as exploradoras de petróleo aumentem os gastos em 8 por cento globalmente em 2019, para US$ 484 bilhões, lideradas pelas maiores empresas, que estão analisando desde águas profundas até gás natural liquefeito em busca de crescimento, escreveu James West, analista da Evercore ISI, nesta segunda-feira, em nota a investidores.
Os orçamentos para perfuração estão sendo definidos durante um período de extrema volatilidade dos preços, em que o petróleo dos EUA caiu mais de 30 por cento desde o início de outubro, para cerca de US$ 50 o barril. A queda dos preços levou a Opep e países parceiros a organizar cortes de produção na semana passada. Executivos do setor americano de petróleo disseram que os cortes de custos e os ganhos de eficiência obtidos durante o colapso do mercado, de 2014 a 2016, os condicionaram a operar com lucro nesses patamares de preço menores.
Mas os investidores têm sido categóricos nas exigências para que as empresas restrinjam os gastos e se concentrem nas recompras e nos dividendos após anos de retornos ruins. O S&P 500 Energy Index subiu apenas 3,2 por cento nos últimos três anos, apesar do aumento de 40 por cento no preço do petróleo nos EUA.
Alasca e Guiana
A Conoco, que elevou sua meta de gastos para 2018 em julho e novamente em outubro, planeja devolver metade do dinheiro obtido com operações aos acionistas no ano que vem, considerando médias de cerca de US$ 50 para o barril de petróleo. Em 2019, a atividade de perfuração se concentrará em campos convencionais no Alasca e no xisto no Canadá e no Texas.
Para a Hess, os campos offshore da Guiana consumirão grande parte do orçamento do ano que vem. A maior nova descoberta em águas profundas do mundo deve começar a produzir petróleo até o começo de 2020, e no ano que vem haverá um “pico de investimentos” para a primeira fase de desenvolvimento, informou a empresa com sede em Nova York, em comunicado. A Hess possui 30 por cento do projeto, que é operado pela Exxon Mobil.
Os EUA, que é a maior região do mundo em termos de investimentos, deverão crescer 10 por cento, enquanto as regiões internacionais deverão crescer 7 por cento, segundo a nota. A Evercore consultou ou analisou cerca de 250 empresas para elaborar as estimativas, que projetam um barril de petróleo de cerca de US$ 60 nos EUA.
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