Petróleo barato tem sido lento para estimular crescimento: FMI

Por Tatiana Darie.

Pesquisadores do Fundo Monetário Internacional apontaram a possibilidade de os benefícios do petróleo barato não se materializarem enquanto não houver uma maior demanda na economia global e os bancos centrais dos países avançados não deixarem para trás as taxas de juros próximas de zero.

Apesar da queda significativa dos preços do petróleo desde junho de 2014, os economistas ainda estão procurando os efeitos positivos do petróleo mais barato. Embora o principal motivo para a queda dos preços seja o aumento da oferta internacional, um novo relatório do FMI mostra que a demanda doméstica foi mais fraca que o projetado nos países exportadores de petróleo no ano passado e ficou abaixo das expectativas em importadores de petróleo, como EUA e Europa.

Os pesquisadores argumentaram que em um ambiente no qual os preços do petróleo são baixos e os bancos centrais não podem reduzir mais as taxas de juros, “o declínio da inflação devido aos custos de produção mais baixos eleva a taxa de juros real”, tornando os empréstimos mais caros e asfixiando a demanda, disse o estudo.

Por outro lado, quando os preços do petróleo sobem e os bancos centrais hesitam em elevar os juros agressivamente, o que se espera é que os preços mais elevados sejam “expansionistas, com a redução da taxa de juros real”, pontuaram pesquisadores do FMI, liderados pelo economista-chefe Maurice Obstfeld, em referência às taxas de juros ajustadas pela inflação.

Embora os consumidores estejam tirando proveito dos baixos preços dos combustíveis, a inflação persistentemente baixa dificulta o trabalho dos bancos centrais, segundo o estudo do FMI.

“O atual episódio de preços do petróleo historicamente baixos poderia inflamar uma série de deslocamentos, incluindo calotes corporativos e soberanos, deslocamentos que podem retroalimentar os já tensos mercados financeiros”, escreveram os pesquisadores do fundo. “A possibilidade de ciclos retroalimentadores tão negativos torna o suporte à demanda pela comunidade internacional — juntamente com uma série de reformas estruturais específicas nos países e no setor financeiro — ainda mais urgente”.

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