Petróleo cai ao menor nível em 11 anos com piora cenário oferta

Por Mark Shenk e Grant Smith.

O petróleo Brent atingiu o preço mais baixo desde meados de 2004 em meio à especulação de que, do Oriente Médio aos EUA, os fornecedores aumentarão a oferta excedente em meio à disputa por participação de mercado.

Os contratos futuros caíram 2,3 por cento em Londres após um declínio de 2,8 por cento na semana passada. Os produtores estão focando na redução de custos em meio ao declínio do preço, disse o ministro da Energia do Catar, Mohammed Al Sada, no domingo, em uma reunião dos países árabes exportadores de petróleo, no Cairo. As empresas exploradoras dos EUA recolocaram em operação a maior parcela de sondas registrada desde julho, um total de 17 unidades.

O preço do petróleo ficou abaixo dos níveis vistos pela última vez durante a crise financeira global de 2008 devido aos sinais de que a oferta abundante do mercado irá piorar. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo efetivamente abandonou os limites à produção em uma reunião realizada no dia 4 de dezembro, enquanto os EUA aprovaram na sexta-feira uma lei que cancelou a proibição às exportações de petróleo, em vigor há 40 anos.

“A oferta excedente, da ordem de 1,3 milhão de barris por dia, e a divisão da Opep manterão os preços baixos a curto prazo”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS Group em Zurique. “Dito isto, os ajustes à oferta já estão em andamento. O crescimento da produção de fora da Opep desacelerou quase ao ponto da estagnação e deverá cair no ano que vem”.

O petróleo Brent para entrega em fevereiro caiu 63 centavos, para US$ 36,25 por barril, na bolsa ICE Futures Europe às 9:18 em Nova York. E tocou US$ 36,04 nível mais baixo desde 2 de julho de 2004. Os preços estão em baixa de 37 por cento neste ano e deverão fechar o terceiro ano de perda.

Navios-sonda

O West Texas Intermediate para entrega em janeiro, que expira nesta segunda-feira, estava 43 centavos mais baixo, em US$ 34,30 o barril, na Bolsa Mercantil de Nova York. Tocou US$ 34,11, o nível mais baixo desde 13 de fevereiro de 2009. O contrato mais ativo de fevereiro caiu 39 centavos para US$ 35,67.

Não há necessidade de ser pessimista em relação aos preços do petróleo, disse Al Sada, do Catar, na reunião da organização dos países árabes exportadores de petróleo, que inclui sete membros da Opep. O petróleo bruto deverá subir em relação aos atuais níveis “muito baixos” que estão prejudicando os produtores, disse o ministro do Petróleo iraquiano, Adel Abdul Mahdi, sem projetar quando os preços irão se recuperar.

O número de plataformas de petróleo subiu para 541, reportou a Baker Hughes, uma provedora de serviços para campos petrolíferos, em seu site, na sexta-feira. A Bacia do Permiano, no oeste do Texas, liderou os ganhos colocando cinco máquinas novamente em funcionamento. Os estoques de petróleo dos EUA subiram para 490,7 milhões de barris, mais de 130 milhões acima da média de cinco anos, mostraram dados da Administração de Informação de Energia dos EUA na semana passada.

Exportações dos EUA

O spread entre o Brent e os contratos futuros de Nova York caiu ao menor nível dos últimos 11 meses em meio à especulação de que o plano dos EUA de permitir a exportação do petróleo doméstico possa reduzir a oferta abundante do país. O petróleo de referência na Europa registrava um prêmio de 70 centavos por barril em relação ao contrato do WTI para fevereiro.

As produtoras americanas, incluindo a Continental Resources e a ConocoPhillips, vinham pressionando pelo fim das restrições. Embora a revogação da proibição pudesse permitir o acesso irrestrito à oferta, provocando a mudança mais importante na política petrolífera do país em mais de uma geração, os compradores do leste poderão ter um apetite limitado devido à qualidade dos carregamentos ofertados.

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