Por Ralph Cope.
Uma queda de 15% em peso da Colômbia neste ano até 13 de junho não foi capaz de encerrar o déficit em conta corrente escancarado do país. O saldo fraco minou ainda mais a moeda que parece presa em uma espiral negativa viciosa, é o que mostram os dados da Bloomberg.
A teoria econômica tradicional mostra como uma moeda fraca ajuda a fechar um déficit em conta corrente, tornando as exportações mais baratas e as importações mais caras. No Brasil, por exemplo, o real desvalorizou cerca de 10% nos 12 meses até 13 de Junho, e o déficit, que era de US$ 84.2 bilhões dois anos atrás, diminuiu para US$ 30 bilhões em maio.
Na Colômbia, apesar de maior depreciação em relação ao dólar dos EUA, o déficit em conta corrente aumentou para US$ 18,9 bilhões em dezembro de 2015 (o déficit era de US$ 15 bilhões dois anos antes). A queda de 23% do preço do petróleo no mesmo período corroeu as receitas, mesmo quando as importações caíram.
A dependência elevada do petróleo – que representa cerca de 40% das exportações – torna difícil para a Colômbia estreitar o déficit. Por sua vez, um déficit em conta corrente mais amplo aumenta a correlação entre o peso e petróleo, enfraquecendo ainda mais a moeda colombiana.
Antes do colapso em meados de 2014 dos preços do petróleo, a correlação do peso com o petróleo bruto foi de 18%. A leitura atual de 53% é maior do que a correlação de 32% entre o real e o petróleo. É também mais do que 51% da correlação da moeda russa com o petróleo.