Petróleo pode subir cerca de 50% no 4T com queda da oferta

Por Ben Sharples.

Otimistas em petróleo angustiados com a redução do rali da semana passada, podem encontrar algum conforto em previsões de uma recuperação maior e mais longa até o final do ano.

Analistas estão projetando que os preços vão subir mais de US$ 15 até o final de 2016. O petróleo em Nova York atingirá US$ 46 o barril no quarto trimestre, enquanto o Brent em Londres será negociado a US$ 48 no mesmo período, mostra a mediana de 17 estimativas compiladas pela Bloomberg este ano. Um excedente global que alimentou a queda do petróleo para o nível mais baixo dos últimos 12 anos vai passar a ser um déficit com a queda da produção de xisto dos EUA, de acordo com Goldman Sachs.

A produção dos EUA vai cair em 620.000 barris por dia, ou cerca de 7 por cento, do primeiro trimestre ao quarto, de acordo com a Administração de Informação de Energia. Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia prevê que a oferta total dos países que não fazem parte da OPEP vai cair em 600.000 barris por dia neste ano. Isso pode abrir caminho para uma recuperação já que preços mais baixos estimularam a demanda global. O petróleo é o “negócio do ano”, segundo o Citigroup, que está entre os bancos, do UBS ao Société Générale, que preveem um ganho no segundo semestre.

“O xisto dos EUA deve chegar ao ponto máximo, que é quando você vai ver cortes e a oferta deve começar a diminuir”, disse Daniel Ang, analista de investimentos da Phillip Futures, por telefone de Cingapura. “Além disso, há previsões de demanda alta para o segundo semestre”.

O West Texas Intermediate e o Brent fecharam, em 20 de janeiro, no nível mais baixo desde 2003. O WTI para entrega em março fechou em US$ 29,88 o barril na terça-feira e precisaria ganhar 54 por cento para alcançar a estimativa mediana de US$ 46 o barril. O contrato de Londres para entrega em abril fechou em US$ 32,72 e precisa de um impulso de 47 por cento para chegar aos US$ 48. A previsão mediana de preços foi feita a partir de estimativas fornecidas neste ano por 17 analistas que fizeram previsões para os dois tipos de petróleo.

Diminuindo a produção

A queda do preço do petróleo vai diminuir a produção o suficiente para eliminar o excesso global e o petróleo vai se transformar em um novo mercado em crescimento antes do fim do ano, dizem analistas, incluindo Jeff Currie, do Goldman Sachs, em um relatório de 15 de janeiro. A produção dos EUA atingiu um recorde de 9,61 milhões de barris por dia em junho, conforme dados semanais da EIA, e tem previsão de chegar à média de 9,11 milhões de barris por dia nos primeiros três meses do ano. Pode cair para a média de 8,49 milhões de barris por dia no quarto trimestre, de acordo com a agência.

“Afogado no excesso de oferta”

A Natixis reduziu suas previsões para 2016 e 2017 devido a preocupações de que o Irã irá aumentar as exportações com o fim das sanções e com a possibilidade de um governo líbio mais estável aumentar a produção. O banco, com sede em Paris, projeta que o WTI chegará, em média, a US$ 38 o barril no quarto trimestre, o valor mais baixo das 17 estimativas compiladas pela Bloomberg. E enquanto a AIE vê o fornecimento fora da OPEP caindo, a agência advertiu no mês passado que “o mercado de petróleo poderia se afogar no excesso de oferta”.

Em equilíbrio

O secretário-geral da Opep, Abdalla El-Badri, disse em uma conferência em 25 de janeiro em Londres, que há sinais de que a oferta e a demanda vão voltar a se equilibrar este ano. Segundo ele, a demanda global está prevista para aumentar em cerca de 1,3 milhão de barris por dia, enquanto a oferta fora do grupo produtor deverá diminuir em cerca de 660.000 por dia.

Enquanto os preços continuam a flutuar, compre o contrato de WTI para dezembro de 2016 abaixo de US$ 40 o barril porque os preços devem ficar em média em US$ 48 no final do ano, de acordo com Mark Keenan, chefe de pesquisa de commodities para a Ásia do Société Générale em Cingapura. Pode haver “sinais significativos” de equilíbrio da produção de xisto no segundo semestre, prevê Keenan.

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