Por Sabrina Valle e Peter Millard.
O fundo de previdência da Petrobras quer desconcentrar ativos, diversificar e está disposto a trocar poder de voto por liquidez, de forma a ter cacife para aproveitar oportunidades de mercado em 2018, disseram o presidente Walter Mendes e o novo diretor de investimentos, Daniel Lima, em entrevista à Bloomberg na sede da Petros.
O fundo considera entrar no IPO da BR Distribuidora previsto para este mês, aguarda precificação e análise interna sobre o ativo, disseram os executivos.
A diretoria aprovou proposta de iniciar investimentos no exterior e espera aprovação do conselho deliberativo neste mês, junto com revisão do plano quinquenal.
“Se soubermos atuar bem, podemos comprar, vender, fazer uma gestão ativa, girar mais a carteira aproveitando as oportunidade que a volatilidade traz”, disse Mendes.
“Somos um agente de mercado com alta tolerância para volatilidade. O prazo das nossas operações nos permite surfar nela”, disse Lima, em sua primeira entrevista.
A Petros quer diversificar e aumentar liquidez de seu principal fundo, PPSP, que hoje tem cerca de R$ 15 bilhões concentrados em BFR, Itaúsa, Vale, Invepar e Norte Energia. O fundo de pensão considera vender ativos em leilões abertos ao mercado, na B3, com preço mínimo definido.
“Não dá para falar em prazo, cada ativo é um ativo, vai depender das condições de mercado que mudam a todo momento, 2018 é o ano para ficar com o olho na bola”, disse Lima.
A Petros quer aumentar ativos em renda fixa do PPSP, com títulos públicos e debêntures. Segundo Lima, as debêntures entram no radar e mercado secundário ganha impulso em um momento de juros em patamar historicamente baixo.
O fundo quer reduzir ativos ilíquidos do PPSP de 45% para pelo menos 35%, o que inclui imóveis, disse Lima.
Petros é o segundo maior fundo de pensão do país, com patrimônio de R$ 83 bilhões.
Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.