Por Sonja Elmquist.
A abundância que transformou o urânio na matéria-prima de pior desempenho deste ano está prestes a virar escassez com a redução da produção pelas mineradoras e o aumento da construção de reatores nucleares, segundo a produtora Uranium Energy Corp.
Com o excesso de oferta de minas do Cazaquistão, do Canadá e da Austrália, os futuros do urânio caíram 18 por cento neste ano, maior declínio entre as 80 commodities monitoradas pela Bloomberg com exceção dos créditos de carbono, enquanto o minério de ferro e o petróleo estão subindo. Mas com a redução da oferta e a melhora da demanda, os estoques serão consumidos e a queda se reverterá, disse o CEO Amir Adnani, cuja empresa com sede em Vancouver diminuiu a produção e os investimentos até que isso aconteça.
“Existem dificuldades no setor e ao mesmo tempo há essa incrível trajetória de cinco a 10 anos para o setor nuclear”, disse ele em entrevista por telefone.
Os preços não estão incluindo o ritmo pelo qual os estoques desaparecerão nos próximos anos, segundo David Wang, analista da Morningstar.
“Estamos todos surpresos com o baixo nível a que os estoques chegaram, especialmente considerando as perspectivas positivas para o futuro”, disse Wang em entrevista. Ele estima que o preço do urânio mais do que dobrará para cerca de US$ 65 a libra em 2019, contra US$ 28,25 agora.
O Japão paralisou toda a produção de energia nuclear após o terremoto e o tsunami que levaram ao colapso da usina de energia Fukushima Dai-Ichi. O país insular religou quatro de seus 42 reatores operáveis, segundo a Associação Nuclear Mundial.
Enquanto espera a recuperação dos preços, a Uranium Energy desativou sua mina de Palangana e sua planta de Hobson, no Texas, e adiou planos de investimentos em projetos no Texas e no Paraguai.
“As percepções de curto prazo são baseadas na psicologia ou na emoção”, disse Adnani. “Os fundamentos positivos de longo prazo são incompatíveis com o preço a curto prazo”.
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