Popularidade de drones aponta para possível futuro da aviação

Por Adam Majendie e Krystal Chia com a colaboração de Kyunghee Park.

Por trás das barulhentas exibições de voos acrobáticos e das filas de visitantes que admiram caças e mísseis sobre a pista, o futuro da aviação é apresentado em um salão da maior exibição aérea da Ásia. E são os drones.

Em meio à multidão de jornalistas, membros do exército e executivos de marketing, há um drone, ou seja, um veículo aéreo não tripulado, em quase todos os lugares. Do Global Hawk, o monstruoso avião de espionagem da Northrop Grumman que chegou voando da base da Força Aérea dos EUA em Guam, a um quadricóptero a bateria da startup local AeroLion Technologies, que pode voar por túneis subterrâneos sem GPS, existe um drone para tudo.
Bom, para quase tudo. Os executivos das grandes fabricantes de aviões para passageiros continuam falando com timidez sobre as aeronaves sem piloto. As viagens autônomas terão que avançar muito para que a maioria dos passageiros embarque tranquilamente em um avião sem ninguém no cockpit.

“Muitos passos ainda precisam ser dados para que a Boeing possa usar um avião autônomo, mas já estamos dando os primeiros desses passos”, disse Charles Toups, vice-presidente e gerente-geral de pesquisa e tecnologia da Boeing, que apresentou no mês passado um enorme avião de reabastecimento aéreo sem tripulação para a Marinha dos EUA.

Contudo, desde que não haja muitos passageiros na cabine, está claro que o setor de aviação sabe que os drones são o futuro. Stands anunciam drones que entregam encomendas, gravam vídeos panorâmicos 4K, pulverizam safras, levam pessoas ao trabalho, espiam seu vizinho, bombardeiam terroristas, combatem incêndios e muito mais. A Airbus exibiu seu octocóptero Skyways e afirmou que começaria a testar um sistema automatizado de entrega de encomendas em Cingapura no primeiro semestre deste ano.

Vigilância e segurança

O surgimento dos drones proporciona um alcance maior para a vigilância e a segurança, e vários expositores destacavam o uso de seus sistemas no controle de fronteiras.

Enorme e lotado de gente, o stand da ST Engineering, estatal de Cingapura, demonstrou que esses problemas não se concentram exclusivamente em dispositivos aéreos de espionagem. Nenhuma exposição em 2018 estaria completa sem uma parede para barrar visitantes indesejados, e a unidade ST Electronics instalou uma no meio do salão. Seu sistema de segurança AgilFence, fixado a partes de uma cerca de metal, pode instalar um cabo de fibra ótica em qualquer perímetro para identificar com precisão por onde o criminoso está tentando entrar.

Contudo, escondida na parte de trás do stand da ST, entre os sistemas antidrone e de segurança cibernética, há uma caixa preta que oferece um relance do futuro e que poderia ser útil para todos nós. Chamada Black Computer, ela promete proteger contra “qualquer exploração abusiva, como o ransomware”.

Parece que a brincadeira de esconde-esconde dos eletrônicos está só começando.

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