Por que 2022 pode ser o ano do tesoureiro socialmente consciente

Como sabemos, práticas ESG são compostas por três elementos: ambiental, social e governança. E embora nenhuma área seja mais importante que a outra, ao entrarmos em 2022, gostaria de realmente focar nos critérios sociais de ESG e traçar o que vejo que tesoureiros podem fazer para causar um impacto real nesta esfera.

Os ‘critérios sociais’ de ESG buscam responder questões importantes como:

  • Qual é a relação entre o nosso negócio e as diversas comunidades onde atuamos? (‘Operar’ aqui não é apenas onde vendemos nossos produtos, mas também a origem de nossas matérias-primas.)
  • Nossos valores se alinham com os de nossos fornecedores? Isso pressupõe que temos normas para os ‘critérios sociais’ que apoiamos, avaliamos o cumprimento delas e, portanto, somos capazes não apenas de demonstrar que as executamos, mas também podemos exigir o mesmo de nossa cadeia de fornecimento.

E embora essas questões sejam importantes, elas também não são as únicas. Os chamados “critérios sociais” englobam considerações muito mais amplas.

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O papel dos tesoureiros no ESG

A pandemia criou muitas oportunidades para que empresas – e tesoureiros, obviamente – analisassem novamente o papel que nós, em nossa comunidade profissional e nossos empregadores, podemos desempenhar em ESG.

Já escutei o argumento de que o bem-estar geral dos funcionários deve estar firmemente sob o controle do CEO e recursos humanos, e tesoureiros devem se concentrar em áreas de competência, como por exemplo, gestão de caixa. No entanto, compartilho de uma visão diferente. Tesoureiros são líderes e, portanto, têm responsabilidade de colaborar no direcionamento e na cultura de sua organização.

Não há como negar o fato de que se envolver na temática ESG pode ser desafiador. Meu conselho para profissionais de tesouraria é começar com quatro perguntas importantes.

  1. Nosso negócio contribui significativamente (e financeiramente) para as comunidades locais?
  2. Contratamos pessoas das comunidades locais?
  3. Como temos demonstrado ter interesse suficiente pela saúde e bem-estar dos nossos funcionários?
  4. Incentivamos nossos funcionários a se relacionarem com nossas comunidades por meio de filantropia e voluntariado?

Se aprendemos uma coisa com a pandemia, é que o bem-estar dos funcionários não pode mais ser tratado como algo trivial. Essa compreensão atingiu um nível de extrema importância. Uma ideia é mudar a forma como remuneramos funcionários. Nesse caso, os tesoureiros, por serem os “guardiões do caixa” de um negócio, estão bem posicionados para conduzir essa iniciativa em conjunto com seus stakeholders.

O impacto da pandemia

Mas não restam dúvidas de que o impacto econômico da pandemia tem sido amplo e profundo. A tensão sobre a economia global e a dizimação de várias partes de nossa economia está bem documentada. Do setor de viagens e turismo a organizações de serviços, testemunhamos perda global de atividade econômica, aumento do desemprego, queda drástica na demanda, interrupção das cadeias de fornecimento e fechamento de uma série de empresas. Embora empresas e acionistas tenham sofrido, o maior fardo recaiu sobre os ombros de indivíduos, funcionários e proprietários de pequenas empresas.

Em tempos normais, muitas das lacunas causadas por desigualdades socioeconômicas são adereçadas por organizações beneficentes e sem fins lucrativos, que prestam serviços como bancos de alimentos. Nos últimos 24 meses, o financiamento para este setor diminuiu consideravelmente. Há oportunidades para entidades empresariais tomarem iniciativa e apoiarem essas instituições.

Sei que parece um clichê, mas tesoureiros controlam o aspecto mais vital do negócio: dinheiro. Por esse motivo, estão em uma posição única para impulsionar, apoiar e implementar políticas que garantam que suas organizações se envolvam com esse setor – e para certificar de que os benefícios alcancem aqueles que carregam os fardos mais pesados.

Por fim, os tesoureiros devem promover mudanças comportamentais positivas por meio de atividades individuais e coletivas. Devemos incentivar nossas equipes a se voluntariarem. Existem várias posições de voluntariado que podem ser vir como uma oportunidade de desenvolvimento para membros da equipe.

Isso pode ser muita coisa, desde atuar como tesoureiro de instituições beneficentes ou servir como truste. Mas algo é primordial: devemos usar nossas habilidades para nos envolver com as comunidades e posicionar nossos negócios de forma positiva. Ministrar palestras em escolas e faculdades também é uma forma de agregar valor às regiões onde nossos negócios estão sediados.

O ESG continuará sendo um importante ponto de discussão e conversa. Os tesoureiros têm um posicionamento único para liderar esse engajamento e trazer novas ideias e pensamentos à mesa.

A pandemia apresenta a todos nós a oportunidade de executar as mudanças que desejamos.

Artigo por Adesola Orimalade, reproduzido a partir da Association of Corporate Treasures (ACT). Licenciado pela Bloomberg.

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