Por que jogar o Trader Brain Exercise da Bloomberg Tradebook?

No dia 6 de julho, a Bloomberg Tradebook lançou o Trader Brain Exercise. Desenvolvido em colaboração com o Grupo ReThink, o “jogo” essencialmente aquece as partes do cérebro envolvidas no reconhecimento de padrões e previsões. Um neurocientista formador de opinião disse o seguinte sobre isso.

O Trader Brain Exercise é o primeiro do seu tipo, um conjunto exclusivo de ferramentas de treinamento financeiro que são projetadas com base em sólida análise científica de habilidades de negociação. Usá-lo é semelhante a executar os comprovados exercícios que melhoram um pianista, um mergulhador, um oficial da marinha, ou um piloto. Mesas de negociação serão capazes de treinar seus membros para se tornarem melhores negociadores sem arriscar o dinheiro da empresa. A habilidade de negociação não precisará mais ser considerada “inata” ou algo que só pode ser aprendida no trabalho. Ela poderá ser reforçada por meio de exercício.

Saiba mais sobre a ciência por trás do Trader Brain Exercise da Bloomberg Tradebook ao aprofundar-se em sua história abaixo. (trecho do artigo técnico republicado da TraderBrainExercise.com)

Explorando a Natureza da Intuição do Negociador

Em 2010, o Journal of Finance publicou um estudo surpreendente dos pesquisadores Cal Tech Bruguier, Quartz e Bossaerts. Por meio de experimentos cerebrais e comportamentais, eles demonstraram como a cognição social, ao invés do raciocínio matemático e lógico, fundamenta o pouco compreendido fator X em negociadores. Esses lendários gestores de carteira e negociadores que parecem ter um talento especial para a previsão de mercados inconscientemente contam com uma dimensão de pensamento conhecida como teoria da mente, empatia cognitiva ou mentalização. Esse estilo de pensamento social parece ser o poder por trás da capacidade de reconhecimento de padrões que permite que grandes negociadores percebam o significado dos sinais retransmitidos por meio da movimentação do preço.

Os pesquisadores primeiro fizeram um experimento para criar dados de mercado virtuais que incluíam a compra e venda intencionais. Em seguida, eles realizaram exames cerebrais para identificar quais partes do cérebro estavam ativas quando os indivíduos subsequentemente viram o desenvolvimento da ação do preço neste mercado virtual. Em outras palavras, os pesquisadores tiraram fotos dos cérebros humanos ativos enquanto eles estavam pensando sobre o movimento dos preços e identificaram as regiões e as estruturas que foram mais envolvidas na contemplação do movimento dos preços. Por último, fizeram um terceiro experimento que testou a correlação na capacidade de prever a direção do preço com pontuações em três testes tradicionais de cognição social e matemática.

Os resultados deste projeto experimental complexo incluem:

1. Os sujeitos foram bem sucedidos (46-78%) na previsão da direção das variações de preços.

2. As previsões corretas correlacionam com dois testes de cognição social, com a evidência mais forte sendo para o clássico teste de Heider-Simmel discutido abaixo e usado como base para o Trader Brain Exercise da Bloomberg Tradebook.

3. Os resultados dos testes de matemática não mostraram correlação com a capacidade de prever o preço.

O experimento clássico de Heider-Simmel de 1944

Mais de 70 anos depois de Fritz Heider e Marianne Simmel publicarem seu estudo de percepção e formas geográficas, a ideia deles continua sendo a investigação mais amplamente referenciada do estilo de pensamento conhecida como “teoria da mente”. Usando apenas formas geométricas, eles determinaram que quase 100% dos indivíduos que prestam atenção a movimentação de tais formas imputam ao significado humano e a história dos movimentos. Mesmo quando o seu vídeo de formas rodou de traz para frente, todos menos dois dos sujeitos dos estudos relataram uma história detalhada do que estava sendo rodado. Ou, para usar a linguagem original “interpretaram a imagem como ação de seres animados, principalmente de pessoas”. Em essência, Heider e Simmel demonstraram com sucesso que os seres humanos tendem a perceber o significado das intenções dos outros, mesmo sem ver seus rostos ou expressões emocionais associados.

Os negociadores que consistentemente e corretamente preveem o futuro de outros precisam comprar ou vender por meio da observação da mudança do comportamento de símbolos numéricos que revelam o mesmo tipo de pensamento social. Na verdade, se pensarmos sobre isso, podemos ver que todo negociador ou gestor de carteira realmente se preocupa com “conhecer” quem vai pagar mais amanhã por algo que eles estão comprando hoje. Previsão de preço, independente da forma de análise que um participante do mercado possa favorecer, pode parecer um jogo de números, mas é na verdade um jogo de pessoas.

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Processamento mental consciente ou inconsciente?

Conforme os acadêmicos tornaram-se mais capazes de explorar a atividade cerebral por meio de imagens cerebrais e outras técnicas avançadas, tornou-se amplamente aceito que a maioria do nosso processamento mental ocorre abaixo do nível de consciência. O neurocientista David Eagleman, cuja série PBS, The Brain (2015) explora sua pesquisa sobre o cérebro, afirmou em seu livro, Incognito que “a maior parte do que fazemos e pensamos e sentimos não está sob nosso controle consciente. … O seu consciente é a menor parte do que está transpirando em seu cérebro.” Ele continuou:

“Cérebros estão no negócio de coletar informações e direcionar o comportamento de forma adequada. Não importa se o consciente é envolvido na tomada de decisões. E na maioria das vezes, não é.”

Assim, a maior parte dos traders não reconhece conscientemente que eles estão prevendo futuras percepções des outros traders quando eles preveem preços. Eles podem perceber que eles falam sobre o mercado em termos de pessoas com declarações como “quem está batendo este lance?” Ou “eles estão vindo atrás deles agora”, mas a maioria dos traders prefere aceitar despreocupadamente a falsa percepção generalizada de que as suas previsões de preços resultam de algum tipo de raciocínio probabilístico. Embora eles geralmente reconheçam as semelhanças entre poker e negociação, o aspecto da previsão humana geralmente permanece despercebido ou pelo menos extremamente subestimado.

Conhecimento do Especialista, Reconhecimento de Padrão Inconsciente e Intuição de Negociação

Também está relativamente na moda desconsiderar o valor do reconhecimento de padrões inconscientes ou conhecimento sentido. Pesquisas comportamentais de finanças nos convenceram a duvidar do tipo de conhecimento especializado que comumente rotulamos como intuição. No entanto, os principais estudiosos de tomada de decisão dizem coisas como: “o pensamento intuitivo fundamenta o pensamento mais avançado” (Reyna, 2012).

Pesquisas apontam que os pensadores mais sofisticados contam com o espírito ou a essência de uma situação ao invés do literal, relato integral dos fatores para fazer escolhas. Eles selecionam a essência das perguntas em mão ao invés de relacionar e priorizar cada resultado possível. Este é o objetivo do exercício, a questão básica de qual maneira o preço pode se mover em oposição a uma análise mais detalhada de todos os fatores que podem estar influenciando o movimento dos preços. Um profissional experiente que escuta e analisa sua voz interna realmente leva em consideração seus anos de monitoramento de movimentação de preço.

Resumo

Em suma, pode-se esperar que o Trader Brain Exercise da Bloomberg Tradebook tenha acesso a um dos “músculos” mais úteis dos traders. Trabalhando de forma consciente com cognição social deve aquecer o cérebro do trader de uma forma que torna mais fácil e eficaz a antecipação da movimentação do preço. Esperamos que você aproveite este exercício, e acreditamos que com a prática isso irá beneficiar a sua negociação.

Referências

Bruguier, Antoine J., Steven R. Quartz, e Peter Bossaerts. “Exploring the nature of “trader intuition”.” The Journal of Finance 65.5 (2010): 1703-1723.

Eagleman, David. Incognito. Robert Laffont, 2013.

Heider, Fritz, e Marianne Simmel. “An experimental study of apparent behavior.” The American Journal of Psychology 57.2 (1944): 243-259.Eagleman, 2011. Incognito, The Secret Lives of the Brain,Pantheon Books.

Reyna, Valerie F. “A new intuitionism: Meaning, memory, and development in fuzzy-trace theory.” Judgment and Decision Making 7.3 (2012): 332.

“The Brain with David Eagleman.” PBS. October-November 2015. Television.

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