Por que as pessoas permanecem em empregos que detestam

Por Rebecca Greenfield.

Prisioneiros.

Este é o termo técnico para as pessoas que parecem presas a um trabalho que detestam, mas que aparentemente são incapazes de abandonar, de acordo com uma pesquisa da Aon Hewitt baseada em dados de 500.000 trabalhadores. Parece que cerca de 8 por cento da força de trabalho mundial não têm nenhum interesse em seu emprego e nenhuma motivação para pedir demissão. Por isso esses trabalhadores inertes e infelizes ganharam esse nome, um termo um pouco agressivo para pessoas que têm trabalhos remunerados e sofrem de tédio.

Não ter motivação no trabalho realmente faz com que ele se torne árduo, e isso se infiltra no restante de sua vida. “Se você está tão descomprometido e se sente tão empacado, que tipo de esposo, ou parceiro, ou amigo ou vida você tem fora do trabalho? Este não é um bom lugar”, disse Ken Oehler, da Aon Hewitt. “Sentimos muito por essas pessoas.”

Então, por que elas não fazem algo a respeito? Por que não tentam mudar sua situação, especialmente considerando que o mercado de trabalho dos EUA está melhorando?

Que coisa irritante.

Um motivo: elas estão presas a seus escritórios por elegantes algemas de ouro. Os prisioneiros, segundo a definição da Aon Hewitt, não são pessoas que não conseguem encontrar trabalho. São pessoas que nem querem procurar. Porque, em muitos casos, ganham um salário excessivo. A pesquisa da Aon Hewitt concluiu que mais de 60 por cento dos prisioneiros recebem salários superiores ao mercado, em contraste com 48 por cento dos que não são prisioneiros.

“Eles recebem mais do que talvez poderiam encontrar externamente no mercado”, disse Oehler. “Então você entra em um circuito de retroalimentação, porque eles não estão sendo submetidos à gestão de desempenho.”

A inércia se instaura. Quanto mais tempo você fica em uma empresa, maior a probabilidade de que você se sinta preso a esse trabalho, concluiu a pesquisa. “Há pessoas que estiveram na empresa por mais tempo, e elas sentem que passaram por muitas coisas com a empresa”, disse ele.

O fardo de conquistar a felicidade (ou o “envolvimento”, para usar a palavra da moda que o pessoal de Recursos Humanos adora) não deveria ser carregado somente pelo funcionário, disse Oehler. “O envolvimento é algo que as organizações devem aos funcionários”, disse ele.

É claro que, como os prisioneiros sabem bem demais, muitas empresas simplesmente não vão fornecer isso. Neste caso, o aprisionado pode entrar em ação. “Há uma escolha nesta questão”, disse Oehler. “Nós supomos que as pessoas têm mais poder do que elas acreditam ter.” Peça o que você quer.

E, se isso não funcionar, este é um bom momento para começar a procurar um novo emprego.

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