Por retornos, investidores em dívidas trocam Portugal por Grécia

Por Anooja Debnath.

A elevação da classificação de crédito de Portugal e o subsequente rali dos títulos levaram gestores de fundos da BlueBay Asset Management e da Old Mutual Global Investors a considerarem a dívida grega, de maior risco, em busca de retornos melhores.

Para Mark Dowding, da BlueBay, Portugal “deixou de ser um título de alto rendimento que de fato entrega rendimento elevado”, já que os títulos soberanos de dois anos apresentam rendimento abaixo de zero. Com a elevação de 15 de setembro pela S&P Global Ratings, o país abandonou pela primeira vez em mais de cinco anos o status de títulos junk, reduzindo o diferencial dos títulos de 10 anos em relação aos papéis alemães ao menor patamar em 20 meses.

A dívida de Portugal ainda tem avaliação abaixo do grau de investimento da Fitch Ratings e da Moody’s Investors Service, mas ambas mantêm perspectiva positiva para o país. Apesar da probabilidade de que haja uma atualização por parte de uma dessas duas agências nos próximos 12 meses, Dowding disse que o “dinheiro fácil” pode ter acabado.

“A maior parte do dinheiro tem sido ganho em Portugal e há mais em disputa em outros países de alto rendimento”, disse Dowding, cuja empresa administra US$ 51,7 bilhões em ativos. “Temos fundos nos quais podemos investir com alto rendimento, mas preferimos Chipre e a Grécia a Portugal.”

Até recentemente, Portugal era um dos melhores negócios da Old Mutual. A empresa, que gerencia 36,6 bilhões de libras esterlinas (US$ 49,6 bilhões), reduziu sua exposição devido ao rali “incrível” dos últimos trimestres, segundo o gerente de portfólio Nicholas Wall. Apesar de a empresa ter perdido o ganho gerado pela elevação da nota pela S&P, Wall disse que por enquanto não pensa em voltar.

“Nós acreditamos que já aproveitamos o melhor do rali, que a aposta em Portugal está bem sinalizada agora”, disse Wall, de Londres. Uma possível elevação da classificação de crédito por outra agência “deve estar mais ou menos considerada no preço. Com esses diferenciais, e considerando que gostamos de outros nomes, como Grécia e Chipre, não vamos atrás [de Portugal] agora.”

Apesar das dúvidas sobre se a Grécia conseguirá ficar de pé quando seu programa de resgate terminar, no ano que vem, os detentores de títulos soberanos do país viram um retorno de quase 17 por cento até o momento em 2017, o mais elevado da Europa, segundo os índices de títulos soberanos da Bloomberg. O resultado contrasta com os 11 por cento de rendimento da dívida portuguesa.

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