A Bloomberg foi a grande vencedora do Waters Rankings deste ano, levando para casa vitórias em quatro categorias: melhor provedor de sistema de gestão de ordens (OMS) de sell-side, melhor provedor de dados de mercado, melhor provedor de dados de referência e melhor provedor de serviços de dados gerenciados.
Phil McCabe, chefe global de soluções de sell-side da Bloomberg, falou com a Waters Technology sobre o OMS de sell-side da empresa, o TOMS (ou Trade Order Management System), e as razões para seu sucesso consistente no Rankings ao longo dos anos.
Q
O TOMS da Bloomberg foi o vencedor desta categoria nos últimos sete anos consecutivos. Qual é o segredo da plataforma que permite à Bloomberg manter sua consistência fenomenal na categoria de melhor OMS de sell-side?
A
Duas coisas vêm à mente. A primeira é o atendimento ao cliente. Nós nos concentramos constantemente em desenvolver o produto e seus recursos, mas também focamos em nosso modelo de atendimento ao cliente. Estou sendo entrevistado aqui porque os nossos clientes votaram em nós, o que nos deixa muito orgulhosos.
O TOMS é apoiado por uma grande equipe, mas na Bloomberg todos falam com os clientes. Nós ouvimos e registramos o que os clientes pedem – tudo é anotado, tudo é considerado. Nossos funcionários são altamente motivados, bem treinados e querem ser os melhores no que fazem.
A segunda razão é o ecossistema mais amplo. Ao investir no TOMS, você não adquire apenas um software – você obtém o ecossistema da Bloomberg. O TOMS é como uma tela através da qual todo o resto se revela – dados, análises, plataformas, e inovamos em tudo isso de forma constante.
Este ano investimos em ESG. É fácil para os usuários do TOMS identificarem posicionamentos sobre ESG – há um ícone de ESG na tela de trading. Lançamos o Bloomberg Bridge, nosso serviço de trading de todos os tipos, que facilita o trading intermediado de empresas e mercados emergentes. Investimos em processamento de linguagem natural (PLN), e desenvolvemos um registro (blotter) para que os usuários e traders do TOMS jamais percam uma indicação de negociação. Nossas ferramentas de PLN reconhecem as indicações de negociações, que então são apresentadas em um registro para que os usuários possam ver o que está sendo comentado e nunca percam uma oportunidade de trading.
Q
Quais são os obstáculos específicos dos clientes de sell-side da Bloomberg no momento?
A
Esse tem sido um ano muito desagradável para os títulos, e as taxas têm crescido bastante. O mercado de crédito tem visto sua maior queda de valor em 20 anos e assim a liquidez fica complicada. Se você analisar o sell-side ou os formadores de preços, tudo envolve disponibilizar liquidez para seus clientes. Mas da mesma forma, eles querem fazer isto com o mínimo de risco.
As pessoas estão cada vez mais procurando ferramentas que oferecerem um excelente atendimento ao cliente, mas que também permitam a automatização. Nossos sistemas de informações para clientes e o nosso produto TOMS DASH fazem exatamente isso. Imagine pegar todas as informações de toda a sua empresa – todas as mensagens do Instant Bloomberg, todas as suas negociações eletrônicas e notas que seus vendedores escrevem – e transmiti-las para sistemas de gestão de clientes ou ferramentas da Bloomberg. Todas essas informações são agrupadas e distribuídas em tempo real, e nós projetamos aplicativos em cima disso. Os aplicativos podem ser mecanismos de cruzamento, eixos direcionados ou a capacidade de precificar negociações com esse conhecimento extra que faz com que você sinta que entende o comportamento do mercado. Por exemplo, você pode estar em uma situação na qual recebe uma solicitação para abrir uma negociação e vê uma janela pop-up que agrega todos esses dados. Para o sell-side, muitas vezes o acesso a informação, no que tange o relacionamento com o cliente, é um divisor de águas. Mas é preciso ter ferramentas para expor e acessar todas essas informações.
Q
De olho no futuro, o roteiro de desenvolvimento do TOMS inclui a introdução de uma série de ferramentas que apoiam os mercados de FX, hipotecas, recompra e títulos municipais. Qual é o prazo para a introdução dessas ferramentas e quais são os outros desenvolvimentos projetados?
A
O FX tem crescido consideravelmente. Sempre permitimos que os clientes negociem no FX e adicionamos alguns recursos há pouco tempo – um conjunto muito melhor de análises de fluxo de caixa e L&P, que são integradas ao Sistema de Risco Multiativos (MARS) da Bloomberg, o que significa que agora podemos oferecer suporte aos contratos forward mais simples até aos instrumentos exóticos mais complexos. E isso já está disponível. Em relação às hipotecas, temos o modelo da agência Bloomberg, que é um sofisticado modelo de amortização. Usando os dados e a ferramenta BQuant, construímos funcionalidades que permitem que os nossos clientes de sell-side digitalizem e as transfiram suas hipotecas para o buy-side, que podem então carregá-las no MARS e no AIM (nosso OMS de buy-side) e reduzir o volume de informações que precisam reinserir em um sistema de trading.
Os títulos municipais são uma estranha classe de ativos porque quase não têm liquidez, mas temos visto sucesso [em termos de adoção dos clientes] em todas as regiões – nos Estados Unidos em particular, especialmente em torno da automação. Por exemplo, se os clientes observarem um título e quiserem precificar rapidamente, mas também tendo a certeza de que vão obtê-lo e a um bom preço, podem usar nossas ferramentas de automação. A solução está vinculada às escalas de preços [de títulos municipais], que permite que os clientes ampliem a precificação e obtenção de títulos de centenas para milhares por dia. Estamos muito animados com isso.