Preço do sushi mostra que inflação não é igual nos EUA

Por Vincent Del Giudice e Wei Lu.

A inflação geral dos EUA pode estar morna, mas não é o que parece para quem adora sushi.

O custo de um roll de sushi básico subiu 2,3 por cento nos últimos 12 meses, para US$ 6,99. Alguns dos aumentos mais íngremes foram registrados na ensolarada Flórida, no Vale do Silício e na capital do país, de acordo com o Sushinomics Index da Bloomberg, que monitora o custo médio dos rolls Califórnia e atum picante em 25 cidades importantes dos EUA. Os aumentos superam bastante a inflação nacional em relação ao ano anterior informada pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho do país para alimentos em geral, 0,9 por cento, e são mais fortes que o aumento de preço geral para o consumidor, 1,9 por cento, no período de 12 meses finalizado em maio.

A conta de um roll básico em Miami subiu 10 por cento, para US$ 8,15, o maior aumento entre as 25 cidades, seguido por um incremento de 8,7 por cento em San Jose, na Califórnia, para US$ 6,52. Nova York continua sendo o lugar onde o roll é mais caro, US$ 8,72.

As discrepâncias de preço demonstram que a inflação não é uniforme para os consumidores: uma pessoa na Filadélfia, onde o custo dos rolls básicos permaneceu estagnado nos últimos cinco anos, está tendo uma experiência diferente de quem consome o roll de atum picante em San Jose.

Embora seja apenas um dos itens de um índice de preços mais abrangente e seja susceptível às condições do mercado do peixe, o sushi também é uma referência aproximada do poder de compra do dólar em distintas cidades do país.

Neste ano, o preço do atum — ingrediente fundamental para muitos tipos de sushi — tem subido devido à demanda crescente em todo o mundo pela iguaria japonesa, disse Andy Matsuda, chef de sushi no Sushi Chef Institute em Torrance, Califórnia.

As despesas gerais, como transporte, aluguel e mão de obra, são outros fatores por trás do aumento dos preços, disse Matsuda. A natureza também pode interferir, como aconteceu no ano passado, quando “o salmão teve um problema de verme”, disse ele.

Também entra em jogo o aspecto da moda, porque restaurantes em lugares ricos, como Vale do Silício e Manhattan, podem vender peixe de alto nível, importado de avião do Japão, disse Matsuda. Isso tende a elevar o preço dos pratos de sushi mais sofisticados.

No outro extremo da escala, New Orleans, na Louisiana, oferece o roll básico mais barato, a US$ 5,40, possivelmente um reflexo da oferta abundante de frutos do mar. Louisiana é o segundo maior fornecedor de frutos do mar dos EUA, de acordo com o site da Louisiana Seafood Board.

Houston e Wilmington, em Delaware, registraram os maiores declínios no ano, com quedas de preço de 1,3 por cento em cada cidade, para US$ 6,71 e US$ 5,97, respectivamente.

São casos aberrantes. A “rigidez dos preços”, um termo econômico que descreve a resistência dos preços para se movimentar mais em sincronia com a economia mais ampla, parece atuar com o sushi.
“Depois que os preços sobem, é improvável que eles caiam”, disse Matsuda.

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