Preço do zinco subiu tanto que até mineradoras estão reclamando

Por Kevin Crowley.

A forte alta do zinco, que atingiu o maior nível em uma década, pode ampliar os lucros a curto prazo, mas não é uma boa notícia para os produtores, segundo a Vedanta Resources.

Os compradores estão com dificuldades para ganhar dinheiro nos níveis atuais depois que os preços mais do que duplicaram em relação ao início de 2016, disse Deshnee Naidoo, CEO da unidade Vedanta Zinc International da empresa, em entrevista.

“O mercado inteiro está desequilibrado”, disse Naidoo, em Johannesburgo, na quinta-feira. “A curto prazo é um bom preço, mas não é um preço sustentável. É preciso que haja um preço que incentive galvanizadoras, produtoras de ligas, fundições.”

O mercado ficou mais restrito após cortes de oferta e a imposição de limites mais duros à mineração na China. A Glencore, a maior produtora, reduziu a produção nas minas da Austrália e do Cazaquistão e fez uma nova aposta no zinco na terça-feira ao anunciar planos de aumentar sua participação na peruana Volcan Cia Minera.

O zinco atingiu US$ 3.308.75 por tonelada na quarta-feira, maior nível desde 2007, e era negociado a US$ 3.296,50 na sexta-feira. A Vedanta, que controla a Hindustan Zinc, uma das três maiores produtoras, está satisfeita com os benefícios dos preços elevados a curto prazo, disse Naidoo. No entanto, um patamar entre US$ 2.500 e US$ 2.800 seria mais sustentável, disse ela. Essa faixa de preço permitiria que os clientes aumentassem suas margens de lucro e, portanto, o uso.

“Não é um preço que esperamos ver no mercado a longo prazo”, disse Naidoo. “Se não vendermos um produto que as pessoas podem usar e ganhar dinheiro em cima, teremos problemas.”

A Vedanta caminha para iniciar a produção em sua nova mina Gamsberg, na África do Sul, no primeiro semestre de 2018, disse Naidoo. Após o estágio inicial de seis a nove meses, a operação produzirá cerca de 250.000 toneladas de metal concentrado, ajudando a aliviar a escassez global. Os custos operacionais da mina são estimados em US$ 1.100 por tonelada, o que a coloca na faixa inferior de 25 por cento das produtoras, disse ela.

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