Presença estrangeira baliza estresse em dívidas emergentes

Por Christopher Anstey.

Os títulos em moeda local de países emergentes sofreram perdas dolorosas no último mês, abalados por temores de que a alta de juros nos EUA levaria a uma fuga de dinheiro dos mercados mais arriscados na direção do mundo desenvolvido. Mercados onde os estrangeiros têm maior participação talvez estejam mais expostos.

Dois analistas do Goldman Sachs Group, Mark Ozerov e Kamakshya Trivedi, fizeram os cálculos e a conclusão é que os países abaixo têm atualmente as taxas mais elevadas de presença estrangeira na comparação com outras nações em desenvolvimento e também em relação ao próprio passado.

– África do Sul
– Indonésia
– Rússia
– Colômbia (“em menor medida”)

Os investidores domésticos são considerados mais estáveis porque frequentemente têm menos opções e até mais confiança em seus países no longo prazo. De acordo com o Goldman, nas nações da próxima lista, os mercados de dívida em moeda local têm menor presença estrangeira, “sugerindo que há espaço” para avanço desse grupo:

– Brasil
– México
– Malásia
– Polônia

Na média, a participação de investidores externos no mercado de dívidas denominadas em moeda local é de 22 por cento nos emergentes — pouco mais da metade da parcela de 40 por cento observada no mundo desenvolvido. No longo prazo, o Goldman acredita que a diferença vai encolher. O acesso aos mercados está melhorando em vários países – um caso notável é o das reformas na China – e a inflação registra quedas, ajudando a ancorar as expectativas para os preços. O Goldman também citou uma tendência contínua de diversificação de aplicações de renda fixa e diminuição do viés de “bairrismo”.

Por ora, “a participação estrangeira parece entrar na narrativa que causa a pressão atual ” sobre as dívidas de nações emergentes, de acordo com o relatório que Ozerov e Trivedi enviaram a clientes na quarta-feira. “Na margem, a maior participação dos estrangeiros não implica maior sensibilidade a perdas adicionais nos principais mercados de juros.”

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