Por Zainab Fattah e Anthony DiPaola.
O petróleo bruto subirá para uma faixa entre US$ 50 e US$ 60 até 2018, pelo menos, devido ao aumento da demanda e à absorção, pelo mercado, de um excesso de oferta que deixou os preços mais baixos nos últimos dois anos, segundo o ministro interino de Petróleo do Kuwait, que integra a Opep.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo deveria manter a política de bombear próximo a níveis recorde porque os mercados estão entrando em equilíbrio, disse Anas Al-Saleh, em entrevista por telefone, de Kuwait. A demanda se intensificará no quarto trimestre, segundo ele.
Os preços do petróleo caíram cerca de 40 por cento desde que a Opep alterou sua estratégia, em novembro de 2014, para priorizar as vendas em vez dos preços com o objetivo de empurrar as petroleiras de alto custo, incluindo algumas que operam poços de xisto dos EUA, para fora do mercado. Muitos produtores, entre eles o Kuwait, enfrentam déficits orçamentários como resultado dessa política e estão cortando gastos. As perturbações de oferta da Nigéria e da Líbia, membros da Opep, contribuíram para uma recuperação parcial a um preço “satisfatório” de cerca de US$ 50 por barril, disse Al-Saleh.
“A estratégia que a Opep implementou de 2014 até agora é um sucesso — está funcionando bem e contribui para o equilíbrio do mercado de petróleo”, disse ele. “Eu provavelmente veria mais em uma faixa entre US$ 50 e US$ 60 do quarto trimestre até 2017 e 2018”.
Petróleo Brent
O petróleo Brent chegou a cair 1,7 por cento nesta quarta-feira, para US$ 47,63 o barril, na bolsa ICE Futures Europe e era negociado a US$ 47,76 às 8h24 em Londres. O contrato de referência caiu 35 por cento em 2015 antes de recuperar cerca de US$ 10 por barril, ou 28 por cento, desde o início deste ano.
A Opep prevê uma demanda maior por seu petróleo em 2017 com a diminuição do superávit global, disse o grupo na terça-feira, em seu mais recente relatório mensal de mercado. A organização precisará produzir cerca de 33 milhões de barris por dia no ano que vem, 142.000 por dia a mais que em junho, e o consumo global aumentará ao mesmo ritmo de 2016, enquanto a produção de fora da Opep cairá, segundo o relatório.
“A Opep deveria manter a produção”, disse Al-Saleh, acrescentando que é muito cedo para prever o que o grupo decidirá quando se reunir, em novembro, para avaliar a produção e a demanda de petróleo. “A Opep deveria estar à disposição quando o mercado precisar dela”.
A Royal Dutch Shell e a BP assinaram contratos com o Kuwait para trabalhar em depósitos de petróleo que ajudarão o país a atingir sua meta de ampliar a produção para 4 milhões de barris por dia até 2020, disse Al-Saleh. A Shell trabalhará no campo Ratqa e a BP desenvolverá o depósito Burgan, disse ele, sem especificar o custo de cada projeto ou a quantidade de petróleo que cada um produzirá.
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