Produtor de grãos Bom Jesus pede recuperação judicial no Brasil

Por Fabiana Batista.

O Grupo Bom Jesus, um dos maiores produtores brasileiros de milho e soja, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira depois de não conseguir chegar a um acordo com seus credores, segundo o advogado da companhia.

A empresa baseada em Rondonópolis, Mato Grosso, buscou proteção judicial após alguns credores tentarem arrestar bens da companhia, disse o CEO Nelson Vigolo na quarta-feira em uma entrevista por telefone.

“Nós estávamos esperando por um acordo até ontem, mas alguns credores continuaram a atacar nossos ativos e bloquear os nossos pagamentos”, disse Vigolo.

O Bom Jesus está entre grupos de produtores brasileiros pressionados pelo aumento do custo do serviço da dívida denominada em dólar após a desvalorização do real enquanto também enfrenta preços mais baixos das commodities e condições de crédito mais restritivas.

O pedido foi feito terça-feira no mesmo tribunal em Rondonópolis que, apenas uma semana antes, havia concedido uma preliminar recuperação judicial já que o Grupo Bom Jesus havia tentado chegar a um acordo com os bancos e fornecedores. A dívida total da empresa de capital fechado é de cerca de R$ 3 bilhões, disse Joel Thomaz Bastos, sócio da DCA Advogados, um escritório de advocacia contratado pelo Bom Jesus.

O Grupo Bom Jesus cultiva soja, milho e algodão em 250.000 hectares na região Centro-Oeste do Brasil. Também vende sementes e fertilizantes para agricultores em operações de barter. A dívida da empresa aumentou em parte devido a inadimplência de clientes, disse Vigolo. Cerca de 90 por cento da dívida bancária da empresa é denominada em dólar, disse ele.

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