Produtoras de cobre se apegam a ativos e podem frustrar fusões

Por David Stringer e Haidi Lun.

As expectativas de que haverá um rápido aumento no fechamento de negócios no setor do cobre podem ser equivocadas, já que as produtoras estão relutantes em vender projetos devido à perspectiva positiva para o metal, segundo a Antofagasta.

“Estamos abertos às oportunidades que surgem, mas uma das características do mercado do cobre é que não se veem muitos bons ativos sendo negociados”, disse o CEO da empresa, Iván Arriagada, em entrevista à Bloomberg Television. “Não acreditamos que haverá um mercado muito ativo no setor do cobre.”

A avaliação contrasta com a visão do Goldman Sachs de que há potencial para uma “onda crescente de fusões e aquisições” em um momento em que as empresas procuram adicionar mais exposição ao cobre. A Rio Tinto e a Lundin Mining estavam entre as que poderiam buscar aquisições, informou o banco em nota, neste mês.

O valor das transações pendentes e concluídas do setor de cobre subiu de US$ 1,5 bilhão em 2017 para US$ 7 bilhões neste ano, mas continua muito abaixo dos US$ 14,5 bilhões em transações de 2014, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“O cobre tem uma boa perspectiva para longo e médio prazo e, portanto, a maioria das empresas quer desenvolver ativos e permanecer por muito tempo”, disse Arriagada. A Antofagasta vê o mercado em equilíbrio neste ano e com déficit em 2019, fator que elevará os preços acima do nível de US$ 3 por libra ao longo do tempo, disse.

Pode haver novos projetos suficientes, particularmente em desenvolvimento na África, para atender a demanda nos próximos anos e há maior probabilidade de que surja um déficit na década de 2020, disse Paul Young, analista do Goldman Sachs, por telefone, de Sidney. É provável também que as empresas do setor em busca de aquisições procurem se associar a outras empresas nas transações. “Podem surgir joint ventures”, disse.

A Freeport-McMoRan, que tem minas nas Américas e na Indonésia, não pretende se vender agora, mas continuará aberta a “oportunidades para os acionistas à medida que surgirem no futuro”, disse o CEO Richard Adkerson, na semana passada, em conferência sobre resultados. Adkerson havia dito no início do mês que aquisições, parcerias e até mesmo uma venda estão entre as possibilidades para a maior produtora de cobre de capital aberto do mundo.

A Rio Tinto quer adicionar cobre, mas não correrá para fechar nenhum negócio, disse o CEO Jean-Sébastien Jacques na terça-feira, em entrevista. A Lundin Mining, cuja oferta pela Nevsun Resources, que é focada no cobre, foi superada pela da Zijin Mining Group, planeja continuar em busca de oportunidades de crescimento, informou a produtora no mês passado.

A exploração, em vez das fusões e aquisições, provavelmente será a melhor forma de agregar valor, disse Elizabeth Gaines, CEO da Fortescue Metals Group, em entrevista à Bloomberg TV. A produtora de minério de ferro com sede em Perth, na Austrália, está à procura de cobre em áreas como Austrália e Equador com o objetivo de se diversificar.

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