No final de abril e início de maio de 2025, a Bloomberg realizou o importante Sell-Side Leaders Forum em Nova York e Londres. Tendo como pano de fundo as discussões tarifárias em andamento, os palestrantes concentraram-se em temas essenciais relacionados à dinâmica do mercado em evolução e às oportunidades em ascensão.
Principais assuntos abordados no Fórum:
Como enfrentar as oscilações na política
Bancos e brokers vêm enfrentando crescentes incertezas geopolíticas e regulatórias. De realinhamentos tarifários e perturbações na cadeia de fornecimento às tensões e imprevisibilidade regulatória entre os EUA e a China, as empresas estão simulando futuros choques e adotando um planejamento mais defensivo. Os rendimentos dos títulos do Tesouro permanecem próximos das previsões, mas as estratégias de longo prazo agora levam em conta os diversos regimes regulatórios globais e as alianças geopolíticas em andamento. Enquanto as prioridades governamentais e os termos de negociação evoluem, muitas vezes de forma abrupta, os líderes empresariais estão focados em adaptabilidade, visibilidade e resiliência. A análise da volatilidade política passou agora a integrar os processos decisórios de alocação de capital.
O rumo das mudanças nos EUA
Cinco forças estão remodelando a perspectiva econômica dos Estados Unidos: risco fiscal, reforma regulatória, transição energética, política de imigração e realinhamento tarifário. Essas mudanças estruturais estão influenciando tudo, de fluxos de investimento a estratégias de localização das empresas. Os executivos estão realocando capital com cautela e atuando sob pressão para aumentar a eficiência, em meio a custos crescentes, lentidão no aumento da produtividade e fim do capital a baixo custo. Os novos modelos operacionais priorizam resiliência e mudança gradual. Enquanto o ruído político domina as manchetes, os planejamentos institucionais estão se adaptando silenciosamente a um cenário econômico mais lento, mais fragmentado e sujeito a injunções políticas.
A resiliência dos bancos do Reino Unido
Os bancos da Grã-Bretanha continuam a crescer e inovar, mesmo enquanto enfrentam os impactos contínuos do Brexit e desafios geopolíticos mais amplos. O investimento estrangeiro permanece forte, com empresas investindo em tecnologia e adotando uma abordagem mais ágil em relação ao compliance regulatório. No entanto, ainda há espaço para uma maior integração entre países e um processo de IPO mais eficiente para fortalecer o setor. Os desafios persistem nas áreas de aquisição de talentos, gestão de riscos e integração das tecnologias emergentes.
A tecnologia altera as regras do jogo
O foco regulatório, agora, está se voltando para os assuntos relativos a IA, trading eletrônico e governança de dados. Os formuladores de políticas buscam fomentar a inovação sem comprometer a estabilidade do mercado, mas a coordenação global ainda é fragmentada. Os bancos estão migrando para modelos operacionais mais baseados em dados para garantir conformidade, enquanto ganham eficiência. A reforma regulatória europeia impulsiona a harmonização e apoia o surgimento de provedores de dados especializados, que oferecem soluções personalizadas para compliance, trading e analytics. O escrutínio regulatório dos EUA, entretanto, continua sendo uma restrição fundamental para a adoção da IA. A supervisão está mais rígida, mas as empresas estão abertas à clareza regulatória para viabilizar o uso prático da IA para operações em tempo real.
Uso da IA em larga escala
A IA passou de uma fase de ampla experimentação para um momento de aplicação mais focada e realista. As empresas de sell-side estão adotando a IA generativa e os grandes modelos de linguagem (LLMs) para melhorar a produtividade, simplificar a pesquisa, reforçar o compliance e personalizar o atendimento ao cliente. Ainda que os recursos internos estejam melhorando, a integração com os sistemas antigos ainda é um desafio. A supervisão humana é essencial, e a automação robótica dos processos ainda está voltada a tarefas mais simples. O foco está na execução, confiança e integração a longo prazo, e não na euforia. Ter o apoio da liderança e encontrar profissionais qualificados ainda são obstáculos centrais para muitas instituições.
Como gerenciar a volatilidade do mercado
A incerteza do mercado está levando a uma transformação estratégica cautelosa e disciplinada. As instituições estão ampliando sua exposição a diferentes classes de ativos, usando a IA para aprimorar abordagens de risco e disciplinando a alocação de capitais. O interesse em F&A permanece, mas os gaps de valuation e a ambiguidade das políticas dificultam a execução dos negócios. Os líderes estão priorizando clareza e flexibilidade operacionais, optando por progresso constante, no lugar de apostas ousadas. Os analistas relatam um forte fluxo de mandatos, mas a hesitação dos clientes está atrasando os resultados. Mudanças profundas em tecnologia, regulamentação e comportamento de mercado estão conduzindo a abordagens cuidadosas e graduais na maior parte das mesas de sell-side.
A modernização das mesas de negociação
A eletrificação das mesas de trading está se intensificando, especialmente nos mercados de renda fixa, impulsionada pela IA e pelas estruturas algorítmicas. Os tradicionais formadores de mercado vêm enfrentando pressão crescente por parte dos agentes de liquidez não bancários, que utilizam tecnologia de ponta para competir com os bancos. No entanto, o trading eletrônico ainda é complementar ao trading de relacionamentos, que continua vital para negociações de maior valor e permite aos bancos contar com experiência e serviços mais abrangentes para estruturar as transações.
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