Por Vinícius Andrade e Sabrina Valle.
O recuo das ações da Petrobras após o fraco balanço divulgado nesta terça-feira pode ter criado um bom ponto de entrada, segundo analistas.
No geral, a empresa reportou números em linha ou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, com os preços do petróleo mais elevados e o câmbio mais fraco contrabalançando a produção abaixo do esperado e uma deterioração no fluxo de caixa.
As ações chegaram a cair 4,15%, para R$ 26,99, após a empresa reportar um recuo da produção de 5,5% no trimestre. A produção foi penalizada por melhorias em plataformas e desinvestimentos, segundo Solange Guedes, diretora de E&P da empresa.
O “verdadeiro potencial” da Petrobras não estava à mostra nos resultados do terceiro trimestre, disse a XP Investimentos. “A tendência atual de produção menor deve se reverter”, quando novas unidades estiverem conectadas em águas profundas na Bacia de Santos, escreveu em relatório o analista Gabriel Francisco, reiterando sua recomendação de compra para a ação.
Analistas do Bradesco BBI Vicente Falanga e Osmar Camilo também reafirmaram sua recomendação ‘outperform’, esperando que 2019 seja um ano “fundamentalmente muito sólido para a Petrobras”, com a produção crescendo em torno de 10%.
O contínuo declínio na alavancagem em meio a resultados sólidos e a retomada dos desinvestimentos da Petrobras devem sustentar o desempenho das ações, segundo o Santander. A empresa deve encerrar 2018 com a relação dívida líquida/Ebitda perto de 2,2, abaixo de sua meta interna de 2,5, o que reflete “bons resultados trimestrais que esperamos” no quarto trimestre, segundo disseram os analistas Christian Audi, Gustavo Allevato, Rodrigo Almeida em nota.
A Petrobras deve fazer mais anúncios sobre a venda de ativos antes do final do ano, disse o diretor financeiro, Rafael Grisolia, em teleconferência com analistas. A cia. está aguardando uma oferta pela Braskem antes de decidir se vai manter ou vender sua participação, disse ele.
Analistas do Itaú BBA liderados por Andre Hachem destacaram que as três plataformas que entraram em operação em 2018 ajudarão a impulsionar a produção em 2019. Atualmente, a ação tem cinco recomendações de compra, sete de manutenção e nenhuma de venda, com preço-alvo médio de R$ 28,55, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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