Real precisa perder 10% para ficar atraente, diz Invesco

Por Paula Sambo.

O real, a moeda de pior desempenho no mundo no ano passado, precisa cair mais 8 a 10 por cento para ficar atraente, de acordo com a Invesco Advisers Inc.

“O Brasil vai ficar mais barato”, disse em entrevista Sean Newman, gestor sênior de recursos que ajuda a administrar US$ 1,1 bilhão em dívidas de mercados emergentes para a Invesco em Atlanta, nos EUA. “As condições econômicas estão se deteriorando neste ano. Além disso, vemos um ambiente de crescimento global mais fraco. É cedo demais para voltar ao jogo por lá”.

A moeda brasileira se depreciou 33 por cento em 2015, em meio às dificuldades da presidente Dilma Rousseff para sanar as finanças públicas, ao rebaixamento da classificação de risco soberano para junk e à ampliação dos escândalos de corrupção. Para piorar a situação, a maior economia da América Latina caminha para a recessão mais profunda em um século, em um momento em que a China, a principal parceira comercial, mostra sinais de desaquecimento econômico. A taxa de câmbio fechou em 3,9039 reais por dólar em 5 de fevereiro, véspera do feriado de carnaval.

A Invesco atribui aos ativos brasileiros peso inferior à referência, mas afirma que os títulos da dívida externa com prazo de 10 anos estão se aproximando de um nível que representaria uma boa oportunidade de investimento.

A instituição, que administrava US$ 775,6 bilhões em ativos no fim de 2015, tem uma visão “muito construtiva” do México, devido às perspectivas para a economia e porque a depreciação do peso vai impulsionar as exportações.

A Invesco espera que Caribe, Jamaica, Honduras e República Dominicana se beneficiem da queda do custo das importações de petróleo, enquanto a receita menor gerada pelo petróleo prejudicará países como o Equador, que apresenta maior risco de calote agora. Paralelamente, o tombo do preço do cobre cria um ambiente desafiador para o peso chileno e os ativos do país, de acordo com a instituição.

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