Por Paula Sambo e Vinícius Andrade.
A Tupy, fabricante de componentes em ferro fundido cujas ações estão apresentando desempenho superior às da maioria de seus pares brasileiros de baixa capitalização, planeja mais aquisições no exterior após elevar as receitas por meio da expansão internacional, segundo o CEO Fernando Cestari de Rizzo.
“A gente entende que o melhor caminho de crescimento da companhia é por aquisições, no setor de fundição de ferro”, disse Rizzo, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo. “E nós estamos olhando todos os mercados do Ocidente, principalmente.”
Dado que o crescimento orgânico se torna excessivamente caro e já há um custo desenvolvido, faz sentido trabalhar melhor essa base já existente, disse Rizzo.
A Tupy vende produtos para vários setores, incluindo o automotivo, o industrial e o de maquinário agrícola. O principal complexo industrial da empresa fica em Joinville e em 2012 foram adquiridas outras duas fundições no México, nas cidades de Ramos Arizpe e Saltillo.
Como a recuperação do Brasil de sua pior recessão vem perdendo força, a Tupy está apostando no crescimento global. Enquanto 85 por cento da receita da empresa vem do mercado externo, 65 por cento da produção no Brasil é exportada.
“O ambiente econômico no Brasil está incerto, mas nossos mercados no exterior continuam aquecidos”, disse Rizzo. A proporção das vendas domésticas deverá encolher, pelo menos a curto prazo. “Se eu tenho oportunidades para exportar, eu vou exportar”, disse.
As ações da Tupy apresentaram recuperação de cerca de 23% em relação à mínima de junho, depois da greve dos caminhoneiros que derrubou os mercados brasileiros. O avanço contrasta com o ganho de 8,8 por cento do BM&F Bovespa Small Cap Index, que conta com 78 membros.
Os analistas também estão otimistas em relação às ações, com 10 recomendações de compra, uma para manutenção e nenhuma para venda, segundo dados compilados pela Bloomberg. Eles mantêm um preço-alvo médio de R$ 23,19, o que sugere aumento de 14 por cento em relação ao preço atual.
Em 25 de maio a Tupy informou em comunicado ao mercado que algumas de suas linhas de produção haviam sido afetadas pela greve dos caminhoneiros no Brasil e que seriam tomadas medidas necessárias para adaptar as operações e minimizar o choque. “Sem dúvida, houve um impacto”, disse Rizzo.
A Tupy divulgará os resultados do segundo trimestre em 7 de agosto, após o fechamento do mercado.
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