Redes sociais afetam saúde mental dos americanos

Por Deena Shanker.

Se você pega o telefone para checar o Twitter enquanto espera o semáforo abrir ou lê e-mails enquanto escova os dentes, você pode ser o que a Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla em inglês) chama de “usuário constante”. E há chances de que você esteja prejudicando sua saúde mental.

Na semana passada, a APA divulgou um estudo que aponta que os americanos apresentam o primeiro aumento de estresse estatisticamente significativo nos dez anos de história da pesquisa. Em janeiro, 57 por cento dos participantes, de todas as orientações políticas, disseram que o clima político dos EUA causava muito ou algum estresse, contra 52 por cento em agosto. Na quinta-feira, a APA divulgou a segunda parte de suas conclusões, “Estresse nos EUA: lidar com a mudança”, que examina o papel desempenhado pela tecnologia e pelas redes sociais nos níveis de estresse dos americanos.

O uso de redes sociais disparou, de 7 por cento dos adultos americanos em 2005 para 65 por cento em 2015. Entre os que estão na faixa etária de 18 a 29 anos, o aumento é maior, de 12 por cento para impressionantes 90 por cento. O aumento no uso de redes sociais não surpreende, mas o número de pessoas que não consegue ficar longe delas é gritante: atualmente, 43 por cento dos americanos afirmam que checam e-mails, mensagens de texto ou contas nas redes sociais constantemente. E seus níveis de estresse estão pagando caro por isso: em uma escala de 10 pontos, os tais usuários constantes relataram um nível de estresse médio de 5,3. Para o restante dos americanos, o nível médio é de 4,4.

É preciso destacar que os níveis de estresse mais elevados estão reservados para aqueles que verificam constantemente seus e-mails de trabalho nos dias de folga. O nível de estresse médio dessas pessoas é de 6.0. Por isso, se você pensa que de alguma maneira é prazeroso trabalhar de casa em uma tarde de sábado, saiba que você na verdade está se enganando (a boa notícia é que com certeza existe uma forma de evitar esse desgaste).

Se o primeiro passo para a recuperação, contudo, é admitir que existe um problema, os americanos estão chegando lá. Cerca de 65 por cento dos participantes disseram que é importante “se desconectar” e fazer uma “desintoxicação digital”. Mas admitir a existência de um problema não é o mesmo que corrigi-lo: apenas 28 por cento desses americanos afirmam que aceitam seu próprio conselho.

Para quem busca controlar o uso das redes sociais, Anthony L. Rostain, professor de psiquiatria do Hospital da Universidade da Pensilvânia e coautor do livro “The Adult ADHD Tool Kit: Using CBT to Facilitate Coping Inside and Out”, oferece algumas sugestões:

– Estabeleça diretrizes para o tempo usado nas redes sociais.

– Assegure-se de concluir as tarefas que precisa executar.

– Durma o tempo necessário.

– No fim do dia, avalie: “Fui bem? Onde errei? Posso fazer melhor amanhã?”

Essas são perguntas importantes a fazer a si mesmo, diz Rostain. E ele acrescenta um último ponto final e crucial: “Não fique na cama até tarde com a tela na cara.”

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