Redução nas importações é chave para gerar mais depreciação no peso

Por George Lei.

A Colômbia tem uma das moedas de país emergente com pior desempenho, até o momento, neste ano, tendo enfraquecido 6,25 por cento até 12 de junho. O comércio exterior é chave para o futuro do peso no médio prazo.

A receita de exportações caiu quase um terço no primeiro trimestre, comparada com o mesmo período de 2014. Ao mesmo tempo, as importações caíram apenas 5 por cento, enquanto a demanda doméstica se manteve forte.
 

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O ritmo lento na queda das importações sugere um déficit crescente no comércio exterior, que leva a uma deterioração nas contas atuais. Isso vai manter pressão sobre o peso.

Qual o tamanho do déficit da Colômbia? O Banco Central espera que ela vá se estabilizar em cerca de 5,3 por cento do PIB até o fim de 2015. Economistas ouvidos pela Bloomberg, em maio, preveem 5,8 por cento. Esse número é muito maior que o de 2013, quando o déficit era de 3,3 por cento do PIB.
 

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A reversão da dívida depende do comércio exterior, que contribuiu com metade do desequilíbrio nas contas desde 2001. A correlação entre as duas séries chegou a 70% no período.

Com o petróleo respondendo por mais da metade das exportações da Colômbia e a produção doméstica de petróleo se equilibrando desde 2013, a depreciação da moeda pode oferecer um aumento bastante limitado nas exportações, sem que o barril volte à média de 90 a 100 dólares de 2014. A Colômbia tem pouco espaço para aumentar a produção, portanto, não consegue aumentar a produção para compensar os preços mais baixos.

O efeito curva J sugere que o equilíbrio no comércio exterior não terá um ganho imediato como resultado de um peso fraco. No decorrer do tempo, a moeda mais barata deve tornar as exportações da Colômbia (exceto de petróleo) mais competitivas, dando um impulso, portanto, às vendas para o exterior e melhorando o equilíbrio.

Consequentemente, as importações terão de suportar o peso do ajuste na balança, caindo a um ritmo similar – ou mais rápido – que as exportações para induzir uma redução significativa no déficit. Isso poderia, por consequência, ajudar a pôr fim à depreciação da moeda.

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