Por Simone Iglesias e Maria Luiza Rabello.
O governo pretende fazer uma reforma da Previdência “bastante substancial” para combater o problema fiscal, disse o presidente Jair Bolsonaro, em Davos. Ele acredita que a elevada dívida interna e os problemas dos estados geram a consciência da necessidade dos ajustes, o que deve garantir a aprovação do projeto.
“Esse sentimento é que nos dá praticamente a certeza de que a reforma da Previdência será aprovada, obviamente com pequenos ajustes entre a nossa proposta e aquela que o Parlamento irá aprovar”, afirmou o presidente, em entrevista ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait.
Bolsonaro afirmou que os militares entrarão “na segunda parte da reforma”, sem dar mais detalhes. “Precisamos fazer o dever de casa para que acreditem em nós, precisamos recuperar a confiança.”
O presidente disse também que o estudo de privatizações está praticamente concluído e incluirá estatais deficitárias.
“O Brasil tem que dar certo conosco. Senão, a esquerda volta ao poder e daí não sabemos qual será o destino do Brasil. Talvez, se aproximar do regime em que se encontra a Venezuela.”
Sobre a dificuldade de o Mercosul fechar acordo comercial com a União Europeia, Bolsonaro disse que há um impasse gerado por condições impostas pela França que prejudicam as commodities brasileiras. “Isso não será solucionado brevemente.”
Flávio Bolsonaro
Perguntado sobre as transações financeiras sob suspeita envolvendo Flávio Bolsonaro, o presidente atribuiu a alta repercussão ao fato de o senador eleito ser seu filho. Ele disse que as transações imobiliárias e depósitos feitos na conta do filho mais velho já foram comprovadas.
“Se por ventura ele vier a errar, se for comprovado, eu lamento como pai, mas vai pagar aí o preço dessa ação que nós não podemos coadunar.”
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