Resultados ruins atingem o real, enquanto bancos avisam que vai piorar

Por Deirdre Fretz.

As previsões dos analistas não conseguem manter o ritmo da queda do real brasileiro. A moeda caiu para 3,38, em relação ao dólar, em 28 de julho, fechando na meta de 3,40 que tinha sido definida por analistas para acontecer apenas no fim de 2016.
 

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A queda foi acelerada depois que Standard & Poor’s alterou a perspectiva para negativa em relação à classificação de crédito do Brasil, ressaltando os desafios do país para equilibrar as suas contas e a investigação sem precedentes de autoridades políticas.

Uma subida na taxa de juros de 50 pontos base na reunião do Banco Central do Brasil hoje vai ser fundamental para prevenir futuras depreciações no real, de acordo com o estrategista, da Bloomberg, Davison Santana. “Qualquer valor menor prejudica o posicionamento que o Banco Central teve desde que Rousseff foi reeleita”, escreveu em 28 de julho.

A impressão de problemas cambiais não está restrita ao Brasil: é um fenômeno que atinge toda a região. “Nessa conjuntura, qualquer negociação cambial de curto prazo na América Latina é uma experiência que só acontece uma vez”, disseram os analistas da Société Générale S.A., Dev Ashish e Bernd Berg, em relatório publicado no dia 28 de julho. As moedas do Brasil, México e Chile podem cair até 10 por cento nas próximas semanas com a piora das condições econômicas influenciada pela possibilidade de um aumento da taxa básica nos Estados Unidos, eles acrescentaram.
 

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Os estrategistas no Morgan Stanley disseram, em relatório no dia 15 de julho, que eles não conseguem pensar em uma moeda latino-americana para recomendar a compra. “Por mais que esteja claro o desempenho fraco na América Latina até agora, acreditamos que ainda vem mais pela frente”, disse o grupo de estrategistas liderados por Felipe Hernandez em nota de pesquisa. “É difícil dizer qualquer coisa positiva”, disse Win Thin, estrategista-chefe de mercados emergentes da nova-iorquina Brown Brothers Harriman & Co., em 23 de julho.

O ministro das Finanças da Colômbia, Mauricio Cárdenas, disse que a queda do peso para o seu menor valor em 11 anos está sendo benéfica para a economia do país e o seu impacto na inflação não é uma preocupação por enquanto. “É positivo”, disse Cárdenas em uma entrevista em um evento da Bloomberg em Bogotá. As influências de um peso mais fraco para a inflação “não está sendo um problema já que, entre outras coisas, a nossa cesta de consumo não inclui produtos importados”.
 

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