Revisão do programa de fidelidade preocupa fãs da Coca-Cola

Por Polly Mosendz.

Ben Kelly entrou no programa através da Blockbuster. Era julho de 2007, uma época em que as pessoas ainda saiam de casa para ir buscar um filme, e esse aluguel junto com um refrigerante contava 25 pontos na Coca-Cola. Fã de Sprite e de Powerade, Kelly resolveu entrar no programa de fidelidade do gigante de bebidas. O jovem de 29 anos calcula que acumulou 100.000 pontos nos últimos 10 anos, o suficiente para trocar por US$ 1.500 em vales de compra da Amazon.com, com base no câmbio de hoje.

Mas no dia 1º de julho, o saldo restante de Kelly, e o de centenas de milhares de outros membros do My Coke Rewards, não terão mais valor. O programa está sendo revisado, diz a Coca-Cola, mas os usuários estão preocupados com o futuro de um dos maiores e mais amados programas de fidelidade do mundo.

A Coca-Cola apresentou o programa My Coke Rewards em 2006 e o promoveu como uma forma de os fãs “obterem benefícios com a paixão pela marca de maneira única e especial”, segundo Katie Bayne, vice-presidente sênior da Coca-Cola North America na época. Naquele ano, iriam ser lançados quatro bilhões de códigos, a maioria impressos dentro da tampa de uma garrafa de 600 ml, e prêmios no valor de US$ 50 milhões.

Códigos

Ingressar um código on-line era uma novidade em 2006. Mas em 2017, isso é uma chateação. “As pessoas querem controlar tudo do programa de fidelidade na palma da mão”, disse Bryan Leach, cujo aplicativo de recompensas, Ibotta, entregou US$ 100 milhões em reembolsos desde 2011. Digitar um código, enviar um recibo ou recortar a tampa de uma caixa é antiquado. Outras empresas evoluíram ou fecharam seus programas de fidelidade. O Box Tops for Education, da General Mills, lançou um aplicativo em setembro para os usuários fazerem upload dos códigos rapidamente e doá-los a escolas. A PepsiCo substituiu o Pepsi Stuff, que exigia o envio de embalagens pelo correio, pelo Pepsi Pass, um aplicativo que permite ler os códigos com câmeras de celular.

A Coca-Cola procurou se adaptar. A empresa lançou um aplicativo para o My Coke Rewards, mas os códigos alfanuméricos tinham que ser digitados manualmente, o que era uma perda de tempo para os usuários. Uma tentativa de reorganização no ano passado dividiu os usuários em categorias segundo a frequência com que eles compartilhavam informações sobre marcas da Coca-Cola em suas contas de redes sociais. O programa foi uma frustração para os usuários e foi retirado.

Perguntada sobre se o novo programa permitirá escanear os códigos, a Coca-Cola disse que anunciaria novas plataformas digitais de registro ainda este ano.

Mas os códigos das tampas das garrafas e das embalagens de papel não vão desaparecer. Os clientes ainda vão poder ingressá-los no site, disse a Coca-Cola, após ele ser relançado como Coke.com em julho.

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