Revolução da TaskRabbit é eclipsada pelo sucesso do Uber

Por Joshua Brustein.

A TaskRabbit foi fundada em 2008 com uma grande ideia. Por meio do website e do aplicativo da companhia, as pessoas ganham dinheiro montando móveis Ikea ou limpando banheiros de pessoas desconhecidas. Não há nada particularmente emocionante em executar tarefas de outras pessoas, mas Leah Busque, a ex-engenheira da IBM que criou a companhia, tinha grandes ambições. “Nossa missão é revolucionar a forma como as pessoas trabalham”, disse ela à Bloomberg TV no ano passado.

A TaskRabbit apareceu na esteira do iPhone, quando surgia uma geração de plataformas on-line com a intenção de possibilitar que as pessoas vendessem acesso a seus carros, apartamentos e furadeiras elétricas. Os criadores da empresa diziam que a iniciativa tinha o potencial de ser melhor para os clientes, mas também para os trabalhadores, porque dava mais flexibilidade a eles. A TaskRabbit rapidamente ganhou espaço ao lado de Uber, Airbnb e Lyft como símbolo daquilo que era chamado de economia de partilha — e que posteriormente ficaria conhecido como economia sob demanda, economia gig ou simplesmente economia Uber. Seus pares cresceram e se transformaram nas maiores startups existentes.

A realidade da TaskRabbit, no entanto, foi muito mais modesta. Em março de 2015, os motoristas do Uber realizavam 70.000 corridas todos os dias apenas na cidade de Nova York. No mesmo mês, os Taskers — nome atual dado pela companhia aos seus trabalhadores — concluíram cerca de 550 trabalhos por dia, segundo análise da Bloomberg de documentos não divulgados anteriormente, compartilhados pela TaskRabbit com potenciais investidores. A TaskRabbit dizia aos seus apoiadores que poderia ser rentável em um futuro próximo, mas que precisava de mais dinheiro. Para realizar uma nova rodada de financiamento no verão passado (Hemisfério Norte), a empresa reduziu significativamente sua avaliação e também adotou a medida incomum de captar parte do dinheiro por meio de um website de crowdfunding.

Os concorrentes geraram menos burburinho, porém mais negócios: o Thumbtack, que também conecta os chamados quebra-galhos com possíveis clientes, obteve US$ 1 bilhão em receita bruta no ano passado, tornando-se 30 maior que a TaskRabbit.

A TaskRabbit vê diversos caminhos adiante. A maioria de seus negócios se concentra em quatro cidades — São Francisco, Los Angeles, Nova York e Londres. A empresa quer expandir seus mercados menores. A companhia também fez um grande negócio ao fechar parceria com a Amazon.com. A gigante do comércio eletrônico inclui os Taskers entre os provedores listados no Amazon Home Services, que é praticamente uma versão da Amazon para a TaskRabbit. A startup preferiu não dar detalhes sobre o desempenho do acordo com a Amazon. Stacy Brown-Philpot, atual líder da companhia, disse em uma conferência, no mês passado, que se a Amazon quisesse comprar a companhia, ela consideraria a possibilidade.

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