Por Netty Ismail.
Stephen Diggle, cujo hedge fund com sede em Cingapura teve lucro de US$ 2,7 bilhões nas profundezas da crise financeira mundial, pretende aumentar os investimentos de seu family office em empresas de biotecnologia no Reino Unido depois que o Brexit derrubou a libra para o valor mais baixo em 31 anos.
Sua empresa, a Vulpes Investment Management, também busca injetar dinheiro em setores do Reino Unido que podem se beneficiar com a desvalorização da libra, disse Diggle por e-mail, na semana passada, das colinas de Úmbria, na Itália, onde ele possui uma casa. Sua empresa, com cerca de US$ 250 milhões, tem participações de até 22 por cento em seis empresas britânicas de biotecnologia por meio de seu fundo de ciências biológicas e mais de 2.000 apartamentos na Alemanha, disse Diggle.
Diggle se formou na Universidade de Oxford e trabalhou no Lehman Brothers Holdings antes de ajudar a fundar um hedge fund que obteve US$ 2,7 bilhões em 2007 e 2008. “Consideramos que esta é uma oportunidade para comprar ativos em libras, especialmente de empresas que se beneficiam com o fato de a libra estar no patamar mais baixo em relação ao dólar desde várias décadas”.
Diggle é apenas um dos ricos investidores que operam da Ásia e pretendem aproveitar o declínio de 11 por cento da libra desde que os eleitores britânicos decidiram, em um referendo no dia 23 de junho, sair da União Europeia. O UBS Group, maior banco privado do mundo, e a Stamford Management, que administra US$ 250 milhões para os ricos da Ásia, disseram que alguns de seus clientes estão se preparando para arrebatar pechinchas no setor imobiliário.
Os clientes do UBS vêm quitando suas hipotecas em libras depois da queda da moeda, disse Simon Smiles, diretor de investimentos do banco para indivíduos com patrimônios extremamente altos. Seus clientes mais ricos também estão tentando abocanhar ativos com preços distressed, porque fundos imobiliários do Reino Unido começaram a colocar edifícios à venda depois que investidores quiseram extrair seu dinheiro pelo medo de que o Brexit pudesse provocar uma queda dos preços.
“Os clientes com quem venho conversando me perguntaram quando comprar libras depois da desvalorização causada pelo Brexit, não quando vender”, disse Smiles, que opera de Zurique, por e-mail.
A libra chegou a US$ 1,3220 às 6h30 desta terça-feira, pelo horário de Londres, após ter alcançado US$ 1,2798 neste mês, o patamar mais baixo desde 1985. A moeda deve terminar o ano a US$ 1,27 e deverá se recuperar para US$ 1,34 em 2017, de acordo com a mediana das estimativas dos analistas.
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