Risco de default: Encontrar um respiro em um oceano de problemas do Brasil

Por Ralph Cope.

Mercados e modelos estão enviando diferentes mensagens sobre o risco de default do Brasil, com uma propagação do CDI muito maior do que é justificado por fundamentos.

Três semanas após a S&P rebaixar o Brasil para junk, o real continua a ter o pior desempenho entre todas as moedas do mundo, e o incumprimento de crédito de cinco anos no spread de swap está acima de 60 por cento desde julho. Os mercados esperam que a Moody’s e Fitch sigam a S&P, colocando ainda mais pressão sobre os ativos brasileiros.

Baseado no modelo de risco de crédito soberano da Bloomberg, o perfil de risco do Brasil no curto prazo é relativamente positivo. Há apenas uma probabilidade de 0,07 por cento de incumprimento nos próximos 12 meses, menos do que a Colômbia, México ou a Rússia, mostra o modelo.
Este valor é maior apenas do que a probabilidade de inadimplência dos EUA, que o modelo estima em 0,06 por cento.
 

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O mesmo modelo estima que o custo de cinco anos de proteção de crédito no Brasil deve ser de 2,96 por cento. Quinquenal CDI sobre o Brasil foram 1,15 pontos percentuais superior aos 4,10 pontos em 5 de outubro, cerca de 7 pontos acima da Rússia.
Por que o mercado e o modelo estão tão divididos?

Mesmo com a economia do Brasil se contraindo, o que joga contra o país no modelo de risco, a relativa robustez de suas finanças conta pesadamente em seu favor.

Primeiro, a dívida externa do Brasil nos próximos 12 meses representa 7,17% do PIB, em comparação a 15.84% no Chile e 12,46% no México.
 

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Em segundo lugar, as reservas em moedas estrangeiras do Brasil superam em 217% sobre a sua dívida externa, enquanto no Chile e México esses valores caem para 93,1% e 122,4%, respectivamente. Em terceiro lugar, no Brasil cerca de 2,9 % do total de empréstimos são incobráveis, mesmo nível do México, mas melhor do que Colômbia ou o Peru. Clique aqui para saber mais no seu terminal Bloomberg.

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