Por Laura Millan Lombrana com a colaboração de Justina Vasquez e David Stringer.
As mineradoras de lítio se preparam para um futuro mercado em expansão no qual veículos elétricos serão usados pela maioria dos motoristas. Mas há lombadas no horizonte: os preços caem com o forte ritmo de produção e a desaceleração da demanda chinesa.
Entre meados de 2015 e meados de 2018, os preços do lítio, componente fundamental para as baterias recarregáveis, quase triplicaram com a frota mundial de veículos elétricos tendo atingido a marca de 5 milhões, o que levou a indústria automobilística a se preocupar com o fornecimento de matérias-primas.
A tendência levou à abertura de seis minas de lítio na Austrália desde 2017, já que as empresas correram para lucrar com uma tecnologia em evolução. No entanto, apesar de esperado, o boom dos veículos elétricos ainda não chegou. O crescimento das vendas de carros elétricos perde força na China, o principal mercado do segmento, e o impulso para abastecer a cadeia de suprimentos de baterias diminuiu. O resultado: uma queda de 30% no preço do lítio, levando especialistas a questionarem qual seria o piso.
“Os últimos dados de veículos elétricos revelaram desaceleração do crescimento, inferindo que, além do excesso de oferta, a demanda agora é um problema”, escreveram Vivienne Lloyd e outros analistas do Macquarie Capital em relatório este mês. “O principal interesse para os investidores deve ser quem provavelmente sobreviverá.”
No primeiro trimestre de 2019, as vendas de veículos elétricos na China subiram 90% em comparação com o ano anterior. Embora o ritmo seja impressionante, é metade da expansão vista entre 2017 e 2018, segundo Nikolas Soulopoulos, analista da BloombergNEF em Londres.
Enquanto isso, a produção de lítio na Austrália, o maior produtor mundial, deverá crescer cerca de 23% nos próximos dois anos. E, no mês passado, Baldo Prokurica, ministro de Mineração do Chile, segundo na produção global, disse que o atual governo pretendia dobrar a produção do país dentro de quatro anos.