Saiba o que líderes de finanças disseram após Brexit

Por Stephen Morris.

As empresas de serviços financeiros despencaram ao redor do mundo depois que o Reino Unido se transformou no primeiro país a deixar a União Europeia, aumentando o temor quanto às perspectivas de crescimento do setor e ao futuro de Londres como centro financeiro.

Analistas do JPMorgan estimam que os bancos expostos ao Reino Unido poderiam sofrer um impacto de 20 por cento sobre seus lucros, com queda de 17 por cento sobre os lucros antes de impostos no Deutsche Bank e de 21 por cento no Credit Suisse, devido ao declínio dos negócios, da emissão de títulos e do trading.

As agências de classificação de crédito se mostraram igualmente pessimistas. A S&P Global Ratings está se preparando para remover a nota de crédito máxima do Reino Unido, enquanto a Moody’s Investors Service projeta um “período prolongado de incerteza política que pesará sobre o desempenho econômico e financeiro do país”. A Fitch Ratings disse que o “status [do Reino Unido] como grande centro bancário internacional pode ser prejudicado pela mudança de algumas linhas de negócio para a UE”.

Veja a seguir o que os líderes de algumas das maiores instituições disseram sobre Brexit nesta sexta-feira:

* O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que o banco poderá precisar mudar a estrutura de sua entidade jurídica europeia e realocar alguns postos de trabalho, mas prometeu manter “uma grande presença” no Reino Unido. No início do mês, ele disse que até um quarto de seus 16.000 trabalhadores britânicos poderiam ter que se transferir. O CEO alertou também para um período de volatilidade do mercado, uma preocupação comum entre os executivos.

* Tidjane Thiam, do Credit Suisse, previu condições de negociações turbulentas, mas “nenhuma implicação jurídica imediata” para seus clientes ou funcionários britânicos. “Estimamos que essa volatilidade do mercado permanecerá conosco por algum tempo enquanto o ambiente macroeconômico e político se ajusta a essa nova realidade”, disse o CEO.

* O CEO do Deutsche Bank, John Cryan, disse que este “não é um bom dia para a Europa” e que “não podemos prever todas as consequências, mas sem dúvida elas serão negativas em todos os sentidos”.

* O CEO do Barclays, Jes Staley, no cargo há apenas seis meses, disse que a estratégia do banco anunciada em 1º de março “não estava condicionada à permanência do Reino Unido na UE” e que continuará sendo “um banco de varejo, corporativo e de investimento multinacional, com bases no Reino Unido e nos EUA”.

* O presidente do conselho do HSBC, Douglas Flint, disse que “estamos entrando em uma nova era para cidadãos e empresas do Reino Unido” e que “o trabalho de estabelecer novas condições de comércio com nossos parceiros europeus e globais será complexo e levará tempo”. As ações do HSBC caíram menos que as de seus rivais mais focados no Reino Unido.

* O chefe do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse que o banco tem um “longo histórico de adaptação às mudanças” e que se preparou para as consequências “por muitos meses”. Ele esperará para ver as condições da saída antes de tomar qualquer decisão.

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