SEC investigará ligação da Guggenheim com argentino: Fonte

Por Sonali Basak e Matt Robinson com a colaboração de Pablo Gonzalez.

As autoridades americanas estão investigando uma rede de empresas ligadas a um argentino que fez quase US$ 1 bilhão em negócios com a Guggenheim Partners como parte de uma apuração mais ampla focada na gigantesca empresa de investimentos, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Diego Ball, cujas entidades estão envolvidas em US$ 998 milhões em transações com a Guggenheim, também tem laços com Mark Walter, o bilionário cofundador e CEO da empresa, por meio de um ex-afiliado da Guggenheim, segundo documentos obtidos pela Bloomberg. O irmão de Ball, Juan, trabalhou na Guggenheim durante anos. Nenhuma das partes foi acusada de irregularidades, e não está claro o motivo exato de o relacionamento ter chamado a atenção da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).

Walter, que comandou a Guggenheim durante quase duas décadas, esteve envolvido neste ano em uma disputa com outros altos executivos relacionada à gestão da empresa e tomou medidas para separar ativos pessoais — por exemplo, uma participação na equipe de beisebol Los Angeles Dodgers — do restante da empresa, segundo pessoas familiarizadas com os planos.

O relacionamento de Walter com Ball levantou questionamentos dentro da Guggenheim há alguns anos, quando a empresa de investimentos aprovou um empréstimo de US$ 100 milhões na última semana de dezembro de 2015 para uma entidade indiretamente controlada pelo argentino, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. O empréstimo acabou sendo garantido por interesses em 17 empresas de responsabilidade limitada, a maioria delas criada dias antes do pedido de financiamento. O dinheiro para o empréstimo foi facilitado por seguradoras pertencentes à Sammons Enterprises, com sede em Dallas, que detém cerca de um terço das ações com direito a voto da Guggenheim, segundo documentos internos e comunicados ao mercado.

O departamento de compliance da Guggenheim determinou que ninguém afiliado à Guggenheim tinha interesse benéfico direto ou indireto na empresa que ofereceu o empréstimo, a Kirkdale Funding, e o crédito foi aprovado, mostram os documentos.

“Nós analisamos todos os empréstimos de US$ 100 milhões de 2015. Nenhum foi tratado de forma incorreta e todos tiveram due diligence do tipo Conheça Seu Cliente”, disse Rob Jee, chefe de compliance da Guggenheim, em declaração enviada por e-mail, em referência a regulações bancárias e normas para impedir a lavagem de dinheiro. Essas verificações foram “realizadas mais de uma vez no caso de Ball e das entidades dele relacionadas, e por mais de uma pessoa”.

Laços na Argentina

Ball, 59, aparece como presidente de três empresas em Buenos Aires. Uma delas, a ABS Holdings, é descrita em registros do país como empresa de serviços financeiros.

Não há placas de identificação da ABS Holdings do lado de fora da sede da empresa, no centro de Buenos Aires, no saguão ou na porta da frente. Um homem que trabalhava no escritório, que pediu para não ser identificado, disse que sua firma de advocacia, Estudio Guido, criou a empresa para Ball. A empresa só tem contato com Ball em torno de uma vez por ano, quando precisa apresentar documentos regulatórios ou renovar o contrato de aluguel do edifício, disse ele.

Ball não respondeu a mensagens enviadas pelo LinkedIn, nem deu retorno aos pedidos de comentário enviados por meio de um porta-voz do irmão, Juan Ball.

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