Seminário na Bloomberg para profissionais de RI aborda seleção e conversão de investidores potenciais em acionistas

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A tarefa dos profissionais de RI de transformar investidores em acionistas ficou mais desafiadora diante da freada da economia doméstica, das incertezas políticas e fiscais e da disparada da volatilidade cambial. A seleção cuidadosa de investidores potenciais e interações produtivas com investidores a serem conquistados e com aqueles que já são acionistas ajudam os profissionais de RI a navegar o cenário turbulento.

A conjuntura interna e externa e as ferramentas para lidar com investidores estrangeiros cada vez menos otimistas com as perspectivas para o Brasil foram os temas do seminário “Desafios e Soluções do Investor Targeting”, oferecido pela Bloomberg na sede da empresa em São Paulo, no dia 9 de outubro.

Panelista do evento, Caio Galvão, Sales Institucional Senior de renda variável – América Latina pela Itaú Corretora, percebe um ceticismo bem maior por parte dos grandes investidores americanos, europeus e asiáticos, que no passado abocanhavam ações brasileiras por causa do potencial das obras de infraestrutura, da Copa do Mundo e das descobertas do pré-sal. Decepcionados com os desdobramentos da economia brasileira e com empresas de infraestrutura e petróleo, esses investidores se tornaram mais cautelosos e seus interesses hoje estão mais restritos a empresas de histórico comprovado, capazes de entregar resultados em um ambiente econômico deprimido. “Na época do boom, os investidores compravam o índice, e atualmente eles estão bem mais seletivos e criteriosos. Hoje o trabalho de RI ficou mais difícil e é preciso brigar pela atenção do investidor”, afirmou Galvão.

A acentuada desvalorização do real em relação ao dólar nos últimos meses e a intensa volatilidade do mercado de câmbio deixaram ainda mais imprevisível a taxa de retorno dos investimentos realizados por estrangeiros, ampliando os fatores de aversão aos ativos brasileiros. Marco Maciel, economista sênior da Bloomberg Intelligence, explicou durante o evento que a trajetória da taxa de câmbio será influenciada, internamente, pela deterioração das contas públicas, pela recessão econômica e pelo grau de sustentabilidade do governo da Presidente Dilma Rousseff, e, externamente, pelo aumento dos juros nos EUA e pelo desaquecimento da economia chinesa. “A volatilidade pode levar a taxa de câmbio a ficar acima da tendência”, disse Maciel, ressaltando a grande variação das projeções para o câmbio em distintos cenários e a velocidade de mudança dessas projeções.

Em um ambiente desfavorável para atrair novos investidores, as empresas precisam de ainda mais foco e disciplina em suas interações — desde a busca por esses potenciais acionistas até o planejamento de road shows e conferências e a comunicação consistente de expectativas e resultados. “O processo decisório é burocrático e detalhado e, por mais que a empresa tenha uma boa história em seu mercado doméstico, cabe ao RI destacar se a mesma é também competitiva entre os principais players em mercados emergentes, para despertar ainda mais o interesse do investidor”, explicou Galvão.

A Kepler Weber, fabricante de silos e equipamentos para o agronegócio com origem no Rio Grande do Sul, participou do evento mostrando como os esforços de internacionalização da base de investidores deram frutos. Responsável pela área de RI, Felipe Fontes contou que a participação dos estrangeiros na base de acionistas saltou de 1% em 2009 para 15% atualmente. Pouco conhecida e com baixa liquidez, a empresa tomou uma série de medidas para ficar mais atraente, como fortalecimento da governança corporativa, mudança da sede para São Paulo e compromisso de promover encontros com investidores no exterior pelo menos duas vezes ao ano. “Fizemos um grande movimento para aumentar nossa exposição e foi muito produtivo”, avaliou Fontes.

Ao final do evento, Roger Oey, especialista sênior de renda variável da Bloomberg, demonstrou novas funções que tornam mais ativo o trabalho dos profissionais de RI em termos de prospecção e relacionamento com investidores.

A função Investor Search (IS) tem recursos como busca e visualização das alterações de posição por investidores, histórico de decisões e recomendações de analistas e informações de contato. A função OWN RI mostra o que os grandes acionistas daquela empresa estão comprando e vendendo no mercado, permitindo que o usuário saiba se aquele investidor está com posição tática proporcionalmente menor ou maior nas ações da companhia.

Também foi apresentada a ferramenta Investor Relations Manager (IRM), disponível para os usuários Bloomberg Anywhere, que agrega informações sobre as últimas movimentações dos investidores e analistas que cobrem a empresa e seus pares, relacionamentos, interações, eventos e análises, acrescentando dados históricos e em tempo real do terminal. “Esta é a ferramenta mais inteligente do mercado para relações com investidores, permitindo migrar de seu atual sistema de CRM, inclusive trazendo todas as suas notas”, disse Oey.

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