Sete mudanças do setor hoteleiro em 2018

Por Nikki Ekstein.

Em resposta às muitas mudanças geopolíticas, sociológicas e tecnológicas de 2017, os hotéis cinco estrelas estão realizando mudanças — umas pequenas, outras grandes. Listamos o que se pode esperar com base nas previsões de um grupo de especialistas do setor: Tina Edmundson, chefe global de marca do Marriott International; Bjorn Hanson, professor do Centro Tisch de Hospitalidade e Turismo da Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês); John Vanderslice, chefe global de marcas de luxo e estilo de vida do Hilton Worldwide Holdings; e Guy Langford e Marcello Gasdia, da divisão de viagem, hospitalidade e serviços da Deloitte.

Novas taxas chegarão a grandes mercados

Os hotéis dos principais mercados dos EUA ficarão mais caros no ano que vem porque a prática de aplicar taxas de resort, antes reservadas a lugares exóticos, é cada vez mais comum nas propriedades urbanas — muitas vezes com preço por noite de US$ 25. Hanson, da NYU, notou mais em Nova York, onde as elevadas taxas de ocupação deixam poucas alternativas para os viajantes exigentes. (Comenta-se que chegaram também a Chicago e Los Angeles).

Turndown service desaparecerá

Aproveite os chocolates no travesseiro enquanto pode. “Cada vez mais hotéis estão tornando o turndown service [serviço de abertura de cama] opcional por dois motivos. Um deles é o custo”, diz Hanson, da NYU. O segundo, afirma, é a privacidade. “Tivemos ciclos em que as pessoas queriam mais privacidade ou que estavam mais abertas, e agora — por razões que só posso especular — as pessoas querem mais privacidade em seu espaço pessoal. Algumas não gostam que mexam em seus artigos de higiene.”

Quartos serão conectados

“A tecnologia é o foco de todos atualmente”, diz Edmundson, do Marriott — que supervisiona oito marcas de luxo, incluindo Ritz-Carlton, Edition, Luxury Collection e St. Regis –, especificamente o investimento na chamada “Internet das Coisas”, como as unidades de controle de temperatura Nest e a Alexa, da Amazon.com.

Recepções serão repaginadas

Marcas de estilo de vida como Ace e 1 Hotels revolucionaram os saguões antiquados e os transformaram em um ambiente de trabalho coletivo bacana, mas a maioria das marcas de luxo manteve a tradição. A postura será desafiada em 2018, diz Hanson, que prevê que o balcão de check-in cairá lentamente no esquecimento, refletindo as novas preferências dos viajantes pela intimidade em vez da formalidade.

Marcas focarão nos valores dos viajantes

Quando o Eaton Workshop abrir em Washington, no começo do ano que vem, ele será o primeiro hotel do mundo para os liberais. A empresa pode estar tramando algo. “Os clientes de luxo são atraídos por marcas que comunicam um senso de propósito — não existem apenas para vender algo”, diz Edmundson, do Marriott, ressaltando o engajamento “de alto nível” de duas séries de encontros dos hotéis W, “What She Said” e “Queer Me Out”, que apresentam mulheres poderosas e líderes do grupo de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBTQ), respectivamente.

Bem-estar será mais importante do que nunca

“O bem-estar será a próxima indústria trilionária”, prevê Langford, da Deloitte. “Todos querem capitalizar essa enorme onda, mas cada marca está fazendo uma jogada diferente. Por enquanto ninguém descobriu como chegar lá.”

Hotéis venderão muito mais do que quartos

A administração de uma empresa hoteleira não poderá mais ficar restrita a quatro paredes. “Hoje pensamos em nós como uma empresa mais do negócio de viagens do que do negócio de hotéis”, diz Edmundson, do Marriott, que supervisiona o lançamento do produto de cruzeiros da Ritz-Carlton para os próximos dois anos.

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