Por Luke Kawa.
Bem-vindos ao mês mais cruel para as ações dos EUA.
O índice S&P 500 chega com dificuldades a setembro depois de ter estagnado em meio ao aumento das tensões na península coreana e a inundações históricas no Texas. Esses acontecimentos interromperam uma calmaria que vai ser difícil restabelecer em um mês repleto de eventos importantes, que podem dar o tom dos mercados financeiros no restante do ano — de uma dúzia de decisões de bancos centrais do G20 até um prazo para a capacidade dos EUA de pagar suas contas e eleições na Europa e na Oceania.
Veja o que vem por aí.
Festival dos bancos centrais
O destino dos mercados cambiais e de títulos dependerá de uma série de reuniões para definir as políticas dos bancos centrais e o euro é o candidato mais provável a solavancos, porque o Banco Central Europeu está decidindo o cronograma para acabar com sua flexibilização não convencional. O presidente Mario Draghi disse que as autoridades vão discutir possíveis ajustes no quarto trimestre e preferiu não comentar quando perguntado se isso incluiria a reunião de quinta-feira. Eles terão que enfrentar um euro que agora está em seu patamar mais alto em mais de dois anos.
A libra tem o problema oposto ao do euro e seu declínio ao piso mais baixo desde outubro de 2016 em termos ponderados pelo comércio certamente chama a atenção do Banco da Inglaterra nove dias antes de sua reunião. O problema é que o prolongamento dos dados econômicos do Reino Unido e o crescimento negativo dos salários reais atenuaram qualquer expectativa de uma mudança hawkish significativa.
Plena fé e confiança
Setembro tem sido um mês difícil para os investidores de capital, com uma perda média de 0,7 por cento e queda em 60 por cento das vezes desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a S&P Global. Neste ano, o mês também revelará se os EUA vão pagar suas dívidas. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, declarou que 29 de setembro é o prazo “crítico” para que o Congresso eleve o teto da dívida.
“Prepare-se para um setembro acidentado, já que a política do risco calculado provavelmente será a força motriz por trás das negociações do limite da dívida”, disse Ward McCarthy, economista dos EUA do Jefferies.
Eleições e mais eleições
A vigilância constante dos observadores do mercado está justificada porque alguns países terão eleições importantes em setembro.
Existe consenso de que o partido da chanceler Angela Merkel vencerá as eleições alemãs de 24 de setembro, mas precisará formar uma coalizão de governo — com quem?
As eleições na Noruega e na Nova Zelândia, em 11 e 23 de setembro, respectivamente, podem levar partidos atualmente de oposição a formar governos de coalizão. Os efeitos decorrentes dessas eleições provavelmente se limitarão aos ativos financeiros locais.
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